16 Junho 2021

Como fazer o correto descarte de medicamentos na sua clínica?

É comum ver o descarte de medicamentos desperdiçados em lotes nas clínicas, pois quando alguém precisou deles, percebeu que estavam vencidos. Mas você sabe o que fazer nesse caso? 

Se você os joga no lixo comum, saiba que isso não pode se repetir! Os resíduos médicos não podem ser misturados com outros materiais, pois contribuem para contaminar o meio ambiente.  

Entenda mais sobre como fazer o descarte de medicamentos de forma adequada e por que você deve se atentar a isso no dia a dia.

O que diz a lei sobre descarte de medicamentos? 

A Lei 12.305, de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e rege também sobre o descarte de medicamentos. Eles se enquadram na classificação de resíduos de serviços de saúde. 

Os remédios são considerados um risco à saúde humana quando descartados de modo incorreto, pois têm grande potencial de contaminação da água e do solo.

Alguns exemplos são:

  • Antibióticos;
  • Hormônios;
  • Remédios vencidos;
  • Medicamentos controlados. 

Estes produtos devem ter um descarte adequado e considerado ambientalmente seguro. Assim, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determina algumas diretrizes para o seu destino correto.

O processo de logística reversa é o ideal para o descarte de medicamentos.

As farmácias e drogarias são postos de coleta que seguem as normas da ABNT para separação de cada tipo de resíduo. Assim, os estabelecimentos encaminham os fármacos para seu destino final sem oferecer risco de contaminação.

A iniciativa evita que as pessoas os descartem na privada ou no lixo comum. 

Por que não misturar o descarte de medicamentos com lixo comum? 

Os restos de medicamentos descartados na privada ou no lixo comum podem causar contaminação da água. Isso porque as substâncias químicas podem chegar até rios e córregos.

Mesmo que haja o tratamento de esgoto, algumas substâncias dos fármacos não são degradáveis e chegam à natureza.

Os custos para viabilizar essa degradação dos componentes são muito altos. Por isso, tais substâncias podem contaminar pessoas, animais e solo. 

Os antibióticos descartados incorretamente, por exemplo, podem favorecer a resistência de determinadas bactérias. Com isso, é criado um grande problema de saúde pública. 

Dependendo do destino desses medicamentos, outras pessoas podem ter contato direto com eles, como catadores e trabalhadores dos aterros. Isso resulta em reações graves pelo contato e até mesmo intoxicação, caso sejam ingeridos inadvertidamente. 

Além dos próprios medicamentos, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA) possui resoluções para gerenciar e controlar o saneamento dos serviços de saúde.

Esses resíduos são considerados perigosos (grupo B, classe I). Eles devem ser levados até serviços assistenciais de saúde, drogarias e distribuidoras de medicamentos para descarte em aterros especiais. São eles:

  • Produtos hormonais;
  • Antibióticos;
  • Citostáticos; 
  • Antineoplásicos; 
  • Imunossupressores; 
  • Digitálicos;
  • Imunomoduladores; 
  • Antirretrovirais.

4 dicas para o correto descarte de medicamentos 

Os gestores da sua clínica precisam ter consciência sobre o descarte de medicamentos e outros resíduos semelhantes. 

É necessário ter uma visão mais ampla do que pode afetar o bem-estar das pessoas fora do consultório também. Afinal, quando se trabalha com saúde, zelar pela população é um quesito essencial para manter a credibilidade.

Por isso, trouxemos dicas que podem ajudar nessa tarefa:

Invista em conscientização

Quando falamos em conscientização, nos referimos tanto aos colaboradores da clínica quanto aos próprios pacientes.

É comum que as pessoas comprem medicamentos sem a devida prescrição. Por isso, elaborar materiais educativos e campanhas sobre o correto descarte de medicamentos pode ser uma extensão do cuidado com seus pacientes.

Podem ser abordadas também questões como o consumo consciente de medicamentos, a não interrupção de tratamentos e os riscos da automedicação. 

O armazenamento indiscriminado de remédios sem receita leva ao vencimento por vezes, o que pode influenciar no descarte. 

Incentive a separação dos resíduos

Cada tipo de medicamento precisa de um descarte diferente. Os comprimidos e xaropes, por exemplo, devem ser descartados diferentemente de pomadas. 

Nenhum deles deve ser depositado no lixo comum ou despejado na pia e na privada. O ideal é que sejam levados até um ponto de coleta de remédios para a logística reversa. 

Além disso, outros itens que acompanham medicamentos, como agulhas e lancetas para diabetes, devem ser colocados em garrafas de plástico e entregues nas Unidades Básicas de Saúde. 

Ofereça treinamento aos colaboradores

Muitas clínicas realizam procedimentos que utilizam medicações, seringas, entre outros. Por este motivo, seus colaboradores devem ser treinados para fazer o descarte adequado desses resíduos. 

Além disso, se você costuma oferecer amostras grátis para seus pacientes, é importante acompanhar os estoques e ficar atento à data de validade. A iniciativa é fundamental para oferecer segurança às pessoas que frequentam a clínica. 

Indique pontos de coleta

Mais do que incentivar o descarte correto, é preciso indicar um local adequado para levar os resíduos sólidos. Isto deve fazer parte do treinamento dos funcionários e também pode ser uma orientação aos pacientes. 

Mapear e indicar os pontos de coleta mais próximos ao seu endereço pode ser uma ação positiva para a sua imagem. 

Fazendo o descarte de resíduos médicos adequadamente

Os resíduos médicos e hospitalares possuem diferentes níveis de potencial infectante.

Antes de definir qual o melhor destino para cada tipo de material, trouxemos para você um resumo sobre os grupos contaminantes, segundo a cartilha da Anvisa:

Diferentes grupos infectantes

De maneira geral, os grupos se dividem em níveis de periculosidade para as pessoas e o meio ambiente. São resíduos plásticos, substâncias tóxicas,  inflamáveis, patógenos e até material radioativo. Acompanhe:

Grupo A

Este é o grupo de resíduos mais perigoso e com potencial infeccioso. É representado por materiais com agentes biológicos, como bolsas de sangue contaminado.

Grupo B 

Neste grupo entram as substâncias químicas, como medicamentos. Esses são materiais que podem provocar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Os reagentes de laboratório também entram nesta lista. 

Grupo C 

Materiais radioativos, provenientes de medicina nuclear, fazem parte deste grupo. Em geral, os materiais apresentam carga radioativa acima do padrão e não podem ter reuso. 

Grupo D

Fazem parte os resíduos comuns, como luvas, gesso, ataduras e materiais de escritório, como papel e copos. Desde que não tenham sido contaminados ou possam provocar acidentes, podem ser descartados no lixo comum.

Grupo E

Objetos perfurocortantes, como agulhas, lâminas e bisturis entram neste grupo. 


dicas para administradores de clínicas

Fases do gerenciamento e descarte

 

De acordo com a potencialidade infecciosa, os resíduos médicos têm procedimentos de manejo. Veja algumas etapas para manusear com cuidado:

  • Separação ou triagem: deve ser feita entre materiais especiais, resíduos gerais e infectantes;
  • Acondicionamento: os materiais devem ser colocados em contentores ou sacos, divididos para cada tipo de resíduo. Esses recipientes precisam ser impermeáveis e resistentes a rupturas e vazamentos. Não podem ser reaproveitados, devendo ser descartados juntamente com os resíduos; 
  • Coleta: feita em veículos que vão até o local de destino, como aterros, usinas de reciclagem ou de incineração, dependendo do material; 
  • Tratamento: neste momento, são aplicados métodos de reciclagem, incinerados ou aterrados adequadamente. 

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Além disso, o sistema indica as datas de validade para que você use antes deste prazo.

O desperdício de fármacos e materiais pode representar prejuízos financeiros para a sua clínica. Com Feegow, você pode analisar até mesmo as despesas e receitas, melhorando seus indicadores. 

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Perguntas frequentes:

O que diz a lei sobre descarte de medicamentos?

A Política Nacional de Resíduos Sólidos é a lei que rege o descarte de diversos tipos de medicamentos, que se enquadram entre os resíduos de serviços de saúde.

Por que não misturar o descarte de medicamentos com lixo comum?

Os restos de medicamentos descartados na privada ou no lixo comum podem causar a contaminação da água e do solo.

Como gerenciar o lote e a validade dos medicamentos?

Por meio de softwares de gestão clínica, como o Feegow Clinic, você tem o controle sobre seu estoque de medicamentos e insumos médicos.