24 Novembro 2021

Quais são os componentes e benefícios da governança clínica?

Você conhece o conceito de governança clínica? Trata-se de uma filosofia administrativa específica para empresas de Saúde e tem o objetivo de manter a melhoria constante dos serviços médicos.


Se você administra uma clínica, conhecer e aplicar este conceito te auxiliará na qualidade da sua gestão.


Por isso, continue a leitura deste texto para compreender melhor o que significa governança clínica e quais os componentes que a constitui!


O que é governança clínica e qual a sua importância? 


Primordialmente, é uma estrutura que compreende a governança corporativa, porém com um olhar voltado para a assistência. 


Ou seja, trata-se de criar estratégias para garantir a efetividade do atendimento clínico, trazendo a responsabilidade pela qualidade para um sistema de alta gestão.


Em suma, o conceito de governança clínica nasceu nos anos 1990, fruto dos esforços do National Health System (NHS) que é o sistema de saúde britânico.


Logo, o objetivo era acompanhar com mais precisão os resultados assistenciais do seu sistema de saúde.


Então, o NHS passou a desenvolver iniciativas sistemáticas para elevar a qualidade dos serviços de saúde no país.


Isto é, padrões de qualidade envolvendo novas abordagens para questões como:


  • Liderança;
  • Planejamento estratégico;
  • Envolvimento do paciente;
  • Gestão de equipes e processos.


Como resultado, com o passar do tempo, a filosofia da governança clínica mostrou resultados importantes de modo que os Estados Unidos implantaram em seu próprio sistema de saúde. Pouco depois, o conceito espalhou-se pelo mundo e hoje está presente também no Brasil.


7 componentes da governança clínica 


1. Efetividade clínica e pesquisa


Em primeiro lugar a efetividade clínica garante que tudo o que instituição de saúde faz destina-se a atingir os melhores resultados para os pacientes. Ou seja:


  • Adoção uma abordagem baseada em evidências científicas para o manejo dos pacientes;
  • Modificação das práticas, desenvolver novos protocolos e diretrizes cada vez elas se mostrarem inadequadas;
  • Desenvolvimento de pesquisas para acumular evidências com o objetivo de elevar o nível dos cuidados oferecidos aos pacientes.


2. Auditoria clínica


O objetivo das auditorias é monitorar os resultados do desempenho dos serviços médicos e identificar as suas deficiências em relação aos padrões pré-definidos.


Desse modo, a organização pode implementar medidas para se adequar às diretrizes, promovendo uma melhoria contínua.


3. Gestão de riscos


A gestão de riscos envolve monitorar e minimizar os riscos para garantir a segurança dos pacientes e profissionais. 


Neste sentido, a equipe precisa se sentir à vontade para informar quando algo saiu errado durante os cuidados para que seja possível aprender com os erros.


4. Educação e treinamento


Oferecer o suporte educacional para que as equipes desenvolvam as habilidades necessárias para cumprir suas funções com excelência e atualização constante.


Este componente envolve:


  • A participação dos profissionais em cursos e conferências;
  • Avaliações regulares para garantir que os treinamentos são apropriados;
  • Avaliações individuais com os colaboradores para identificar as fraquezas e oportunidades para o desenvolvimento pessoal e profissional.


5. Envolvimento dos pacientes


Envolver os pacientes e o público em geral para melhorar os serviços por meio de pesquisas de opinião. 


Aqui considera-se igualmente, tanto o desfecho clínico como a experiência dos pacientes como uma fonte de informações para monitorar sua satisfação.


6. Uso da informação


Este item diz respeito ao uso apropriado das informações. Ou seja, assegurar a confidencialidade dos dados dos pacientes e mantê-los sempre atualizados.


Além disso, a empresa deve utilizar os dados para mensurar a qualidade dos resultados e rastrear as necessidades locais.


7. Gerenciamento de pessoas


Por fim, a instituição precisa ter um processo adequado de recrutamento dos profissionais e gestão de pessoas. 


Isto é, garantir que os colaboradores tenham uma performance dentro do padrão exigido pelas funções para as quais foram contratados.


Outro aspecto deste componente é ter medidas de retenção de talentos que incluem estratégias para a motivação e desenvolvimento da equipe, além de promover boas condições de trabalho.


Quais são as vantagens da governança clínica? 


Reduz as falhas


Uma das grandes vantagens da governança clínica é a redução de falhas devido ao processo de constante monitoramento e registros das atividades.


Desse modo, sempre que houver a ocorrência de erros nos processos, a equipe informa os gestores que por sua vez analisam se foi um evento isolado ou se é algo recorrente.


Assim, o gestor consegue identificar se a causa do problema se relaciona com o processo em si. Quando este é o caso, ele implementa medidas para que os erros não aconteçam mais.


Comunicação eficiente


Sobretudo, com esta filosofia, os pacientes são mais ouvidos sobre suas experiências durante os atendimentos e os profissionais também têm mais espaço para se expressar.


Em síntese, no caso, dos profissionais isso se deve ao fato de que a comunicação sobre as falhas não servem para gerar ações punitivas, mas sim para melhorar os processos.


Aumenta a satisfação dos clientes


Como o propósito da governança clínica é aumentar a qualidade dos serviços, é natural que ela resulte em uma maior satisfação dos clientes.


Em outras palavras, o paciente passa por um atendimento em uma instituição onde seus processos estão em constante melhoria e com uma equipe de profissionais capacitados.


Como a tecnologia ajuda a governança clínica? 


A tecnologia ajuda, sobretudo naquelas atividades que envolvem análise de dados. Com um software de gestão de clínicas, por exemplo, os profissionais registram suas atividades na plataforma. 


Assim, o gestor consegue analisar dados como:


  • Tempo de espera dos clientes;
  • Tempo de atendimento dos médicos;
  • Taxa de absenteísmo;
  • Histórico de atendimentos;
  • Entre outros.


A partir desses dados, o gestor acompanha em tempo real a performance de sua equipe por meio dos indicadores do software.


Além disso, as informações sobre os clientes ficam mais acessíveis para que a empresa crie facilmente o perfil epidemiológico da instituição. O que é muito importante para que a instituição se prepare para atender as doenças mais frequentes.


Outro recurso que ajuda muito na governança clínica é o prontuário eletrônico que centraliza todos os dados clínicos do paciente em um só lugar.


Dessa forma, o atendimento se torna mais rápido, pois não é necessário lidar com documentos em papel. Em vez disso, o médico preenche todas as informações diretamente no software garantindo sua legibilidade.


Em resumo, a tecnologia ajuda a operacionalizar a maioria dos componentes da governança clínica de forma mais precisa e efetiva.


Portanto, agora que você já conhece a importância da governança clínica para os serviços de Saúde, continue aprendendo sobre gestão de clínicas.Baixe agora mesmo o nosso e-book com dicas fundamentais para administradores!

Perguntas frequentes:

O que é governança clínica?

É uma estrutura administrativa que cria estratégias para garantir a efetividade do atendimento clínico, trazendo a responsabilidade pela qualidade para um sistema de alta gestão.

O que compõe a governança clínica?

São 7 (sete) componentes:

  1. Efetividade clínica e pesquisa;
  2. Auditoria clínica;
  3. Gestão de riscos;
  4. Educação e treinamento;
  5. Envolvimento dos pacientes;
  6. Uso da informação;
  7. Gerenciamento de pessoas.

Quais são as vantagens da governança clínica?

Redução das falhas por conta do monitoramento constante; comunicação externa e interna mais eficiente; aumento da satisfação dos clientes.