Para começar, o exame FAN se refere à sigla para Fator Antinuclear. Ela diz respeito aos anticorpos em mau funcionamento que atacam o próprio organismo do paciente.
Vale ressaltar que o termo FAN não descreve um único anticorpo. Na verdade, trata-se de um grupo de anticorpos ligado à presença de doenças autoimunes, descoberto na década de 1940.
Basicamente, o exame é feito por uma coleta comum de sangue. Isso significa que os anticorpos são reconhecidos por meio de uma análise clínica.
O procedimento pode ser feito em adultos e crianças e não exige nenhum tipo específico de preparação.
Além disso, sua realização é comum em bebês. Nessas situações, a coleta é feita por meio de uma picada na sola do pé.
Seu principal objetivo é detectar a presença, ou a ausência, do Fator Antinuclear no corpo do paciente.
O exame FAN só deve ser feito a partir de uma recomendação médica, sob a suspeita de uma patologia autoimune.
Há chances de indicativos falsos e outras análises são necessárias para o diagnóstico, sendo que apenas um especialista pode obter conclusões assertivas sobre seus resultados.
Atualmente, esse tipo de patologia é registrado no Catálogo Internacional de Doenças na categoria M36 - Doenças sistêmicas do tecido conjuntivo em doenças classificadas em outra parte.
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Como você pôde ver acima, o exame FAN é um exame solicitado para identificar a presença de doenças que tenham origem autoimune.
Sua principal função é apontar um resultado positivo ou negativo para esse tipo de patologia. Por mais que sua interpretação possa reforçar a suspeita para certas doenças específicas, o diagnóstico nunca pode se restringir apenas à investigação do Fator Antinuclear.
Pelo contrário, o exame FAN é apenas um dos procedimentos necessários, estando ao lado de outras análises e da própria avaliação clínica do paciente.
Sendo assim, sempre que houver um FAN positivo ligado a um quadro sugestivo para patologia autoimune, é papel do médico solicitar a pesquisa de anticorpos autoimunes específicos. Só assim é possível confirmar com exatidão o diagnóstico de cada doença.
No Brasil, mais de 13 milhões de pessoas sofrem com condições autoimunes. O dado é da plataforma Muitos Somos Raros (MSR), mantida pela Frente Parlamentar Mista de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras.
Em um âmbito geral, estima-se que esse tipo de doença atinja 3 (três) vezes mais as mulheres do que os homens. A informação é do Núcleo de Estudos de Doenças Auto Imunes (NEDAI), mantido pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).
O médico só deve optar pela prescrição do exame FAN quando o quadro clínico do paciente sugerir uma suspeita de doença autoimune.
Como você já sabe, esse tipo de patologia ocorre quando os anticorpos atacam o organismo. Isso pode ser gerado por diferentes desordens do sistema imunológico. Em todos os casos, tudo parte da observação dos sintomas.
As condições autoimunes atacam diferentes órgãos e estruturas. Aquelas que afetam o sistema motor prejudicam a mobilidade. As dermatológicas afetam a pele. Ainda existem aquelas renais, neurológicas, e assim por diante.
Diferentes especialidades médicas podem lidar com a identificação da doença, já que o normal é que o imunologista só seja acionado após o diagnóstico em si.
Nesse processo, os fatores que mais motivam suspeitas são os sintomas que demoram tempo demais para desaparecer. Eles incluem inchaços, manchas vermelhas, dores nas articulações, febre amena e cansaço excessivo.
Depois da análise do quadro clínico, o exame FAN pode ser solicitado. Caso ele seja positivo, o próximo passo é solicitar outros exames de anticorpos para descobrir qual é a doença específica que acomete o paciente.
Vale ressaltar que a análise do Fator Antinuclear não deve ser feita sem a presença de sinais ou sintomas autoimunes. Isso porque, como há chances de falsos positivos, ele pode confundir a conduta clínica e prejudicar o diagnóstico de outras condições.
Isso porque, o FAN é um marcador que tem alta sensibilidade, mas especificidade baixa. Ou seja, mesmo que ele seja excelente para apontar quais pessoas têm patologias de origem autoimune, sua capacidade para excluir o diagnóstico de não doentes é baixa.
Sendo assim, caso o paciente positive sem sinais clínicos sugestivos, muitas vezes se descarta a necessidade de exames adicionais com anticorpos, principalmente se o FAN estiver em níveis baixos e se outras análises laboratoriais estiverem normais.
Depois de receber a prescrição médica para o exame FAN, o paciente é submetido a um procedimento bastante simples.
Ele consiste apenas na coleta de uma quantidade pequena de sangue, que posteriormente é enviado a um laboratório para análise.
Nenhum tipo de preparo especial é exigido. Para que nada interfira no diagnóstico, só é recomendado que a pessoa informe se toma algum medicamento de uso contínuo e se já possui algum outro problema de saúde.
Normalmente, o exame FAN é coletado em hospitais. Contudo, também é comum que ele seja realizado em clínicas e centros de diagnóstico especializados.
Conforme nós mencionamos anteriormente, o procedimento pode ser feito normalmente em qualquer perfil de indivíduo, tanto em adultos, quanto em crianças. O que difere é o caso dos bebês, em que a amostra é coletada no pé, por meio de uma picada de agulha.
Quando o sangue coletado chega ao laboratório, ele recebe um corante fluorescente. Sendo também marcado com os anticorpos do Fator Antinuclear.
Depois da adição do corante marcado, essa amostra sanguínea ainda é colocada em uma cultura de células chamadas de Hep-2. As mesmas permitem uma melhor visualização das estruturas e das fases do ciclo celular.
Ao final desse processo, os especialistas conseguem analisar o padrão de fluorescência com o auxílio de um microscópio. É a partir dele que é possível fazer um laudo para determinar o diagnóstico.
Agora que você já sabe da importância do exame FAN, quando ele deve ser solicitado, como ele é feito e quais os recursos médicos do laudo, vamos às doenças autoimunes que o procedimento ajuda a diagnosticar. As principais são:
Esses são apenas alguns exemplos das doenças mais comuns que podem ser identificadas pelo exame FAN. Contudo, como nós destacamos na introdução, existem mais de 100 patologias do tipo.
No item sobre o funcionamento do exame FAN, você pôde ver que o laudo é feito a partir da análise do padrão de fluorescência da amostra.
Nesse sentido, vale ressaltar, que existem mais de 20 padrões de imunofluorescência com a possibilidade de identificação no exame. Cada um deles aponta como as células Hep-2 são atacadas pelos anticorpos que receberam o corante.
Além disso, a fluorescência observada no microscópio também aponta o padrão de positividade da amostra. Por meio dele, é possível ter uma noção sobre qual é a doença que acomete o paciente. Os principais padrões FAN positivos são:
A interpretação desses padrões deve ser criteriosa. Isso porque, um mesmo resultado pode apontar a possibilidade de diferentes tipos de doenças. Simultaneamente, também pode não sugerir nenhum quadro patológico.
Como reforçamos nos itens anteriores, há a necessidade da avaliação do exame FAN junto com as análises clínicas do paciente. Já a confirmação diagnóstica só pode ocorrer após a realização de outros exames de anticorpos.
Apesar dos padrões positivos aqui citados, eles são apenas um indicador inicial e não podem guiar o relatório médico sozinhos. A finalidade central do procedimento é indicar se há chances elevadas de ocorrência de doença autoimune ou não. Abaixo, explicamos sobre essa definição.
Se o exame FAN constar como negativo ou não reagente, as chances de que o paciente não esteja acometido por nenhuma condição de origem autoimune são altas. Nessas situações, os valores de diluição apresentados na análise podem ser de 1/40, 1/80 ou 1/160.
Contudo, mesmo quem fizer parte deste grupo ainda não é considerado livre de doenças autoimunes. Se os sintomas reforçarem a suspeita, outros exames para confirmar o diagnóstico são necessários.
Por sua vez, os resultados positivos, também chamados de reagentes, são aqueles que apresentam diluição de 1/320, 1/640 ou 1/1280. Nessas situações, exames complementares também são necessários, mas para confirmar a patologia específica do paciente.
Não se esqueça que as associações dos padrões positivos são apenas possibilidades. O exame FAN, enquanto recurso de confirmação, é apenas um dos elementos fundamentais para obter um diagnóstico preciso.
Inclusive, estimativas apontam que a prevalência de patologias ligadas ao Fator Antinuclear na população seja de apenas 1%. Nesse sentido, cerca de 30% das pessoas têm presença de 1/40 na diluição do FAN. Os dados são de um estudo de 2020, realizado nos Estados Unidos. Gostou de conhecer todos os detalhes sobre o exame FAN? Se você quer melhorar os seus serviços de assistência junto aos pacientes com suspeitas de doenças autoimunes, comece pela padronização dos seus laudos. Baixe agora nosso modelo personalizável e ganhe mais agilidade e qualidade para documentar os resultados de suas análises.
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O exame FAN serve para investigar a presença do Fator Antinuclear. O mesmo indica se o paciente possui, ou não, chances elevadas de ter alguma doença autoimune.
Quando o paciente tem suspeita clínica e apresenta sintomas de patologias de origem autoimune, o exame FAN é o ponto de partida para confirmar o diagnóstico.
Realiza-se a análise com uma coleta simples de sangue, que não exige preparo sendo permitida em adultos ou crianças. Nos bebês, obtém-se a amostra com uma picada na sola do pé.