Antes de escolher os valores para cobrar uma consulta, é importante avaliar os fatores que influenciam a precificação e o impacto que pode gerar no seu negócio
Você sabe como cobrar por consultas? Um problema em comum em clínicas e consultórios ocorre pela dificuldade em precificar corretamente os procedimentos médicos executados.
Acontece que determinados fatores devem ser levados em consideração quando falamos sobre valores. Ou seja, não podem ser negligenciados, pois contribuem para a precificação correta dos seus procedimentos clínicos.
Antes de tudo, é necessário responder a algumas perguntas para que você entenda a real necessidade do seu negócio, público-alvo, margem de lucro, entre outros. Quais são as minhas despesas? E os meus custos?
Veja abaixo as dicas que eu separei para que você não erre ao precificar seus procedimentos e se mantenha no mercado, investindo no crescimento da sua clínica.
Não existe uma resposta objetiva para essa pergunta, pois há uma série de fatores que influenciam no valor da consulta.
No entanto, há algumas indicações sobre como precificar a consulta de sua clínica. Em geral, o valor de um serviço está relacionado a quanto o paciente está disposto a pagar por ele.
Mas como obter essa informação?
É preciso fazer uma análise da concorrência para descobrir qual é o valor médio cobrado na região em que sua clínica está.
Depois de descobrir esse valor, você deve fazer um comparativo com o custo que a clínica precisa arcar para realizar a consulta. Ou seja, quanto a empresa gasta com:
Se o custo da prestação do serviço for maior que o valor médio praticado na região, é provável que a clínica precise absorver esse excedente.
Afinal, com a situação econômica atual é difícil repassar esse valor ao paciente se os concorrentes mantêm um preço estável.
Por outro lado, se essa comparação mostrou um custo menor, você pode estabelecer o valor da consulta calculando uma margem de lucro em cima do valor necessário para oferecer o serviço.
Não. De acordo com a Resolução nº 1.958 do Conselho Federal de Medicina (CFM), a consulta não pode gerar uma nova cobrança.
A razão disso se encontra na própria definição de consulta médica que consiste na execução das seguintes atividades:
Essas cinco atividades compõem um ato médico completo. Logo, se há a necessidade da realização de algum desses serviços em outro dia, o procedimento não foi concluído.
Portanto, a consulta de retorno não é uma nova consulta e sim a continuação de um ato médico.
Contudo, se na consulta de retorno, o paciente apresentar novas queixas que resultem em um novo ato médico, então a cobrança se justifica.
Da mesma forma, existem tratamentos mais longos que necessitam de reavaliações. Nesse caso, as consultas também podem ser cobradas, porém elas não são consideradas consultas de retorno.
Para responder essa pergunta recorremos ao Código de Ética Médica. No capítulo que fala sobre a remuneração profissional fica vedada a cobrança por atendimentos não prestados.
Logo, mesmo que o paciente marque uma consulta e não compareça, ele não pode ser cobrado por isso.
Entretanto, existe a possibilidade da clínica incluir uma cláusula em seu contrato de prestação de serviços acordando que a falta sem justificativa poderá gerar um valor para compensar o tempo perdido pelo profissional.
Nesse sentido, o valor da compensação não pode representar o valor total da consulta, pois isso a classificaria como cobrança por serviço não prestado.
Além de estar explícito no contrato de prestação de serviços, deve-se informar ao paciente verbalmente de que a ausência não justificada pode gerar cobrança.
Apesar da cobrança pela ausência do paciente compensar parte do tempo improdutivo do médico, é preciso ter cuidado ao empregar uma política como essa.
É aconselhável analisar cada caso para não criar uma situação de atrito que prejudique a relação médico-paciente.
Por exemplo, se o paciente nunca faltou a uma consulta e eventualmente esquece um de seus horários, aplique nesse caso o bom senso, não aplicando a cláusula automaticamente.
Se esse é um problema comum em sua clínica, existem outras formas de reduzir o absenteísmo.
Uma maneira eficiente é enviar lembretes com um ou dois dias de antecedência para que o paciente não esqueça de seu compromisso ou avise que não poderá comparecer.
Para cobrar suas consultas você precisa saber a diferença entre custos diretos e indiretos. Isso vai te ajudar a entender melhor os elementos que explicaremos no próximo tópico.
Basicamente, os custos diretos são todos aqueles que você consegue estabelecer uma relação objetiva ao serviço que deseja cobrar.
Por exemplo, para cada consulta realizada você utiliza um abaixador de língua. Ou seja, o custo desse material está objetivamente relacionado ao serviço prestado. Logo, ele é um custo direto.
Já no custo indireto, você não consegue fazer essa relação de forma tão clara. Como definir o custo de energia elétrica necessária para realizar uma consulta?
Nesse caso, existe um grau elevado de subjetividade. Por isso, é importante começar a calcular o valor de sua consulta pelos custos diretos.
Assim que você definir um valor dentro do comparativo que comentamos no tópico anterior, é preciso fazer uma estimativa de quantos pacientes você espera atender por mês.
Dessa forma, você consegue fazer uma distribuição proporcional desses custos por paciente.
Vamos com calma, a precificação não deve ser feita sem seguir alguns critérios.
Primeiramente, a sua clínica precisa traçar para qual perfil de cliente será direcionado os atendimentos e, com base nisso, estipular uma margem de lucro, para que possa precificar seus procedimentos.
Além disso, a precificação está ligada à gestão financeira da clínica, sendo assim, está relacionada também com a lucratividade do seu negócio.
Portanto, o planejamento financeiro é importantíssimo para escolher os valores corretamente. Ou seja, precisam ser considerados os custos da clínica, o público-alvo e outros fatores que estão ligados ao financeiro da clínica.
Você tem noção de quais são as despesas do seu negócio? Antes de tudo, é necessário ter em mente quais serão as despesas da clínica, como luz, água, telefone, entre outros.
Lembrando que para calcular o valor da precificação com base nesses dados, é importante ter controle sobre as suas contas, a fim de saber exatamente como cobrar do paciente.
Então, qual a diferença entre custos e despesas da sua clínica? Para a área administrativa há dois tipos de custos: o custo fixo e o variável.
Com base nesses dados, você pode precificar seus procedimentos, calcular a estimativa de custos junto às despesas da clínica com a margem de lucro.
Repare, então, que já é possível estipular valores aos seus serviços.
Além de tudo o que eu falei acima, a estrutura do seu consultório também enquadra-se na categoria de custos, sendo permitido assim a cobrança ao paciente por esse item no valor da consulta.
Você sabe qual é o público-alvo da sua clínica? Ele é o perfil dos pacientes que passarão pelo seu negócio, ou seja, é preciso delimitar o público através dos procedimentos que serão realizados.
Assim sendo, no mercado, há clínicas que cobram preços populares de acordo com a área de atuação, como também cobra preços variáveis para outros setores.
Escolha seu público-alvo, pois os valores cobrados pelas consultas precisam estar condizentes com a realidade do seu paciente. Além disso tudo, devem arcar com as despesas da clínica.
Saber quanto os outros profissionais cobram pela consulta pode te dar uma luz para manter o valor da sua consulta condizente com o mercado. Para que isso aconteça é preciso estar atento a algumas questões.
Quantos profissionais atendem pacientes de perfil parecido com o da sua clínica? Qual o valor médio das consultas entre esses médicos?
Não é uma prática muito recomendada manter a discrepância de valores no mercado, tanto para um valor muito abaixo quanto para um valor muito acima, pois isso pode prejudicar a visão que os clientes têm do seu negócio.
Portanto, saiba em qual especialidade você irá atuar e trace um panorama de quantos profissionais atuam nessa área e qual o preço cobrado por eles.
Só assim você saberá o valor base cobrado pelo mercado para implementar na sua clínica.
Se ainda restar dúvidas, uma ótima dica é saber como os seus pacientes se sentem em relação ao valor cobrado por você.
Observe seus clientes e tente saber o que eles acham dos preços. Afinal, manter um bom relacionamento com os clientes é a base para qualquer negócio.
Para manter sua clínica em funcionamento, antes de tudo é preciso estabelecer uma margem de lucros. O que seria essa margem de lucros? É a meta que o seu negócio deseja atingir.
Para atingi-la, a sua clínica precisa entender como cobrar consultas e procedimentos com base nas despesas e custos do seu negócio.
Caso a sua clínica cobre um valor base de R$90 por consulta, com um lucro de 100%, desse procedimento deve-se cobrar R$180 do paciente.
Portanto, baseado nestes dados já é possível criar uma tabela de preços e estipular os valores que serão cobrados nos procedimentos ofertados no seu negócio.
Lembrando-se de sempre manter a transparência com seus clientes, para que eles saibam exatamente o que está sendo cobrado a fim de manter intacta a reputação da sua clínica.
Definir quanto cobrar pela consulta é uma tarefa complexa, porém com um pouco de pesquisa e estudo é possível chegar em um valor adequado.
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Esse valor depende de um comparativo dos custos de sua clínica para oferecer as consultas com o valor médio praticado pelos concorrentes de sua região.
Basicamente, deve-se ter conhecimento entre custos diretos que estão objetivamente associados ao serviço e indiretos, como a energia elétrica, por exemplo.
Inclua no seu cálculo base os valores dos custos, tanto fixos quanto variáveis, os valores das despesas e a sua margem de lucro.