Todo médico precisa utilizar os códigos da CID-11 em seus diagnósticos. Nesta última revisão, a organização desses dados foi alterada, podendo resultar em confusões para o dia a dia clínico.
O intuito da OMS foi simplificar e “setorizar” cada classificação. Assim, após compreender a lógica da sua estrutura, seria mais rápido e assertivo a identificação da patologia.
Se você atualmente possui dificuldade em encontrar as doenças e deseja entender de que forma é possível pesquisar na nova CID, continue a leitura!
Você já percebeu como cada capítulo é atribuído a doenças similares ou causadas por fatores semelhantes. Neste sentido, os códigos estão ligados às identificações das patologias, levando a lógica da organização alfanumérica.
Anteriormente, o padrão seguido era o LNN.N, onde o L era referente ao capítulo, os dois dígitos NN identificavam o grupo, e por fim o N que determinava a condição.
Agora, os códigos da CID-11 apresentam o formato CLNC.CC. O primeiro C informa o capítulo, seguido pelo LN para representar o alfanumeral da sequência (sendo L de Letra e N de Número), o C que representa o número do grupo. Os demais .CC são também feitos para identificar a condição específica.
Essa mudança ocorreu para que exista um enriquecimento conceitual baseado no significado do termo. A OMS entende que esse formato atual permite uma melhor compreensão e aplicação dos códigos da CID-11 na realidade médica.
Além disso, também houve o objetivo de diminuir a formação de códigos confusos e a formação de palavras. Por motivo semelhante, a nova classificação também não conta com os caracteres O e I, para que não sejam confundidos pelos números 0 e 1.
A CID-11 foi desenvolvida com foco em atender o contexto digital exigido pelos avanços tecnológicos sentidos nos prontuários eletrônicos e nos sistemas de informação de saúde.
Para isso, criou-se a Foundation Component, que se caracteriza por ser a base multidimensional de todas as entidades codificadas. Agora, há mais de um caminho possível para encontrar um código, facilitando assim a incorporação das informações nos sistemas eletrônicos.
Por exemplo, antes o grupo Pneumonia (J09-J18) só poderia ser localizado no capítulo de “Doenças do sistema respiratório”. Com essa nova forma de busca da CID-11, o grupo Pneumonia (CA40) está no mesmo capítulo, porém também é visto em “Certas doenças infecciosas ou parasitárias” por ser uma infecção pulmonar.
Essa é a chamada classificação pós-coordenada, onde combina um conceito de classe com outros um ou mais. Na ferramenta da CID, encontra-se agora um campo para complementar a informação, e assim formar novos arranjos codificáveis.
Por exemplo, seu paciente está com Amebíase, que será referida como Infecções extra intestinais por Entamoeba (1A36.1). Porém, você identificou que essa infecção causou um abscesso intracraniano, ao invés de no fígado.
Com isso, é possível criar um código variante de pós-coordenação que inclui a extensão de cérebro (XA9738) e o grupo do abscesso intracraniano (1D03.3), resultando assim no código 1A36.1&XA9738/1D03.3.
Além disso, é possível também pesquisar a condição ou diagnóstico observado diretamente na ferramenta. Dessa forma, é possível compreender qual diretriz se encaixa com mais assertividade no caso da sua descrição.
Esses são exemplos de como a OMS, de fato, revisou a nova classificação com o intuito de facilitar e simplificar o acesso à informação, padronizando de modo sistêmico os processos para atender a necessidade digital da área médica.
Com seus 14.662 códigos, a CID-11 passou a ter 28 capítulos, seis a mais que a CID-10. Confira a seguir todos os capítulos da nova classificação, sendo destacado aqueles adicionados nesta última revisão:
As atualizações da CID-11 são vistas tanto na codificação das patologias quanto no próprio formato do material.
Segundo a OMS, a necessidade de atualizar o documento é por conta da CID ser a pedra angular de um sistema de informação de saúde robusto. Com a nova era digital tomando cada vez mais espaço na medicina, foi preciso evoluir.
Para seguir esse raciocínio, a OMS pela primeira vez transformou a classificação em um conteúdo totalmente eletrônico e de formato intuitivo. Além disso, ela também conta com um recurso multilinguagem, o que reduz os erros de interpretação.
Já na parte de afecções, algumas inclusões foram feitas. Começando pelo Gaming Disorder, que está associado ao “padrão de comportamento persistente ou recorrente”. Esta doença foi entendida como um distúrbio em jogos eletrônicos, onde a pessoa desenvolve dificuldade de funcionamento pessoal e social em relação ao seu vício.
A OMS também resolveu realinhar os códigos relativos à resistência antimicrobiana, por decorrência do uso descontrolado de antibióticos ao redor do mundo. Como esperado, a Síndrome de Burnout foi incluída na CID-11, na classificação de “fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os serviços de saúde”.
Por fim, temas em voga na atualidade acabaram influenciando positivamente as alterações da nova CID. A transexualidade, por exemplo, foi retirada da lista de doenças mentais, e reclassificada como “incongruência de gênero”. O autismo e seu espectro também foi contemplado no material, auxiliando enfim no diagnóstico assertivo.
Observando essas adequações e inclusões, é possível compreender que a medicina continua em movimento e estabelecendo novos parâmetros que contemplem as necessidades do mundo moderno.
O principal objetivo da CID é permitir uma comunicação mais efetiva entre os profissionais de saúde. Por isso, seus códigos estão sempre presentes na rotina do médico.
Durante muito tempo, alguns diagnósticos se perderam devido a problemas de tradução.
Tendo em vista que o nome das doenças pode mudar de um país para outro, esse aspecto gerou muitas confusões. Assim, com sua devida codificação, a barreira do idioma foi rompida.
Logo, a CID-11 evita, principalmente, a ambiguidade, que pode causar danos aos pacientes.
Além disso, o catálogo ajuda o levantamento de dados estatísticos, especialmente quando a intenção é entender o cenário de uma doença em âmbito global.
Assim, o material também auxilia na identificar a evolução, os sinais, as queixas e as causas externas das doenças. Com ela, você obterá um amplo panorama sobre a situação da saúde em diversos países.
Seus conceitos devem ser utilizados no momento do diagnóstico, para que possam ser facilmente entendidos por outros profissionais – independentemente da sua língua nativa.
É preciso ser assertivo na hora de utilizar os códigos, uma vez que as doenças carregam um histórico científico que também deve ser considerado. E isso ocorre, principalmente, quando se trata de análises posteriores sobre incidências e padrões.
Na hora de utilizar a CID, ainda, é preciso ficar atento a um aspecto importante: a anotação dos códigos nos atestados médicos. Além disso, é válido frisar que não há necessidade de incluir a classificação no atestado ou relatório médico.
Já por motivo de proteção ao médico e paciente, é proibido colocar:
Apesar desse detalhe, a CID é uma ferramenta muito simples de usar. Afinal, por ter sido criada com base em pesquisas de campo, a CID está na realidade dos profissionais, trazendo as informações com maior embasamento e credibilidade mundial.
Como você bem sabe, a CID ajuda o profissional a identificar doenças, sintomas e possíveis soluções, bem como passar um diagnóstico seguro e eficiente. Sendo assim, é possível afirmar que o catálogo facilita e qualifica o atendimento.
Tudo isso impacta na experiência do paciente, ampliando a confiança e segurança entre as partes. Estes fatores influenciam diretamente no atendimento humanizado.
O conhecimento sobre a CID também colabora para a consulta de pessoas que não são locais.
Muitas vezes, os estrangeiros têm receio de serem atendidos por médicos que não falam sua língua com medo de serem diagnosticados de forma errada. Por meio da padronização das siglas, as chances de ambiguidades são mínimas.
Lembre-se de que a CID é apenas uma das estratégias que influenciam neste processo.
Há ainda outros princípios a serem levados em consideração, como o relacionamento com o paciente, a preocupação com o conforto e a proximidade com a família. Tudo isso é necessário para garantir a satisfação e o bem-estar dos envolvidos.
Para que você possa se preocupar mais em como oferecer um atendimento humanizado às pessoas, é importante utilizar a tecnologia para automatizar seus processos operacionais.
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A CID-11 apresenta uma codificação alfanumérica, onde a busca por pós-coordenadas é facilitada através de extensões e junções de classificações diversas.
Uma das principais mudanças está no formato. A CID-11 é eletrônica, com uma nova experiência que facilitará seu uso. Além disso, ela traz 55 mil novos códigos únicos, incluindo temas como autismo, distúrbios de jogos e síndrome de burnout.
É possível fazer uma busca assertiva na CID-11 utilizando a Foundation Component, uma ferramenta multidimensional que apresenta todas as patologias e combinações existentes. Além disso, também há como pesquisar o nome da condição e encontrar suas variações.