Tudo que você precisa saber sobre telemedicina
A telemedicina hoje representa a tendência mais relevante de toda a área da saúde. Mais que uma ferramenta para democratizar e ampliar o acesso à rede de assistência, ela também oferece as melhores oportunidades para quem deseja crescer no mercado médico.
Mesmo que esse modelo já exista há décadas, foi durante a pandemia que ele se consolidou em definitivo, já que as limitações impostas pelo distanciamento social fizeram com que toda a cadeia de atenção à saúde experimentasse seus benefícios e possibilidades.
Agora, cada vez mais, a relação entre paciente, médico e telemedicina não pode mais ser negligenciada. Afinal, ela já é uma realidade que dita as novas exigências e expectativas do mercado, do público e dos próprios especialistas.
Mas afinal, o que é telemedicina exatamente? Qual o seu contexto no Brasil? Por que ela é importante? Como funciona e como implementá-la? Confira as respostas para essas e outras perguntas e entenda tudo o que você precisa saber sobre o assunto a seguir.
O que é telemedicina?
O conceito de telemedicina se refere às práticas médicas realizadas de forma remota. Ou seja, ele engloba todos os atendimentos, condutas e procedimentos aplicados à distância, independentemente da ferramenta utilizada para manter contato com o paciente.
Seu objetivo é eliminar barreiras geográficas e dificuldades relacionadas ao tempo e às distâncias, a fim de melhorar a qualidade dos serviços prestados e de simplificar a troca de informações entre especialistas, profissionais em geral e pacientes.
As possibilidades de atendimento na telemedicina são inúmeras. Os médicos podem, por exemplo, consultar pessoas em áreas sem acesso à sua especialidade, monitorar facilmente pacientes que necessitam de supervisão constante ou simplesmente checar um exame e prestar orientações de segunda consulta sem a necessidade de deslocamentos.
Da mesma forma, uma clínica ou um hospital pode utilizar a tecnologia para que seus profissionais internos tenham acesso a especialistas de diversas áreas, compartilhando exames e laudos, segundas opiniões sobre diagnósticos, orientações específicas sobre procedimentos, e assim por diante.
Independentemente da situação, o foco da telemedicina é sempre eliminar barreiras. Capaz de atender diferentes demandas, ela garante que a tecnologia seja utilizada em prol de serviços de saúde mais viáveis, acessíveis e de excelência a todos os envolvidos.
Como surgiu a telemedicina?
Por mais que não exista uma resposta exata para como surgiu a telemedicina, é possível compreender os avanços que originaram as práticas que conhecemos hoje. Basta observar o alinhamento entre a área da saúde e o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação.
O primeiro registro atrelado à medicina remota é de 1910, quando surgiu o estetoscópio eletrônico em Londres. Junto dele, foram criados amplificadores e repetidores que permitiam transmitir sinais dos pacientes a pouco mais de 80 km. Além disso, a difusão do telégrafo elétrico levou alguns médicos a trocar informações sobre laudos entre si.
Ainda no final do século XIX, a difusão do telefone já aproximava as unidades de saúde e viabilizou sua troca de informações. Mais tarde, com a ascensão do fax, a transmissão de dados se tornou ainda mais constante e era muito utilizada para agilizar o envio de exames.
Outro recurso associado aos primórdios da telemedicina é o rádio. O auge foi em 1949, quando esse recurso de comunicação foi empregado na Segunda Guerra Mundial para conectar médicos em frente de batalha com hospitais de retaguarda.
Já no final da década de 50, a televisão começou a ser empregada em circuitos fechados de telemonitoramento. Depois, o grande salto foi dos anos de 1970 em diante, quando a internet chegou à população e passou a desenvolver-se em uma velocidade nunca antes vista.
Agora, a telemedicina caminha lado a lado com o avanço de novas soluções digitais. Já consolidada no Brasil e no mundo, ela é implementada nos centros de saúde por meio de softwares eficientes e seguros de comunicação em saúde.
A telemedicina no Brasil
A telemedicina no Brasil surgiu na década de 90, quando a internet começou a se expandir no país. Inicialmente, ela não era utilizada para viabilizar consultas remotas, mas apenas na emissão de laudos online.
Logo depois, surgiu a primeira regulamentação sobre o tema. Trata-se da Resolução CFM nº 1.643/2002. Ela garantia autonomia para que os médicos pudessem utilizar a telemedicina, mas ainda havia limitações para atendimentos sem exames físicos.
Ao perceber que outros países já estavam mais avançados e que as impossibilidades para a consulta online não faziam sentido em diversos contextos, o CFM iniciou um amplo debate com especialistas e entidades médicas para atualizar suas normativas em 2018.
Enquanto isso, a liberação de práticas como teleconsultas e tele monitoramentos foi acelerada quando a pandemia da COVID-19 começou a atingir os brasileiros em 2020. Diversas portarias e Medidas Provisórias surgiram para garantir sua realização.
Desde então, toda a rede de saúde do país foi impactada pela telemedicina e passou a usufruir de seus benefícios, garantindo atendimentos mais rápidos, acessíveis e sem impedimentos geográficos.
Tudo isso garantiu que os atendimentos de rotina pudessem ser mantidos, mas sem que fossem aumentados os riscos de contaminação pelo coronavírus e nem que a lotação das unidades fosse agravada durante o período pandêmico.
Contexto atual
A autorização temporária dos serviços de medicina remota estava em vigor desde abril de 2020, mas perdeu a validade com o fim do período de emergência sanitária. Após essa experiência, e em conjunto com os debates iniciados em 2018, uma nova legislação foi estipulada.
Em maio de 2022, o CFM divulgou a Resolução nº 2.314/2022, que regulamenta em definitivo a telemedicina no Brasil. Ela define a área como o “exercício da medicina mediado por Tecnologias Digitais, de Informação e de Comunicação (TICs), para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção de saúde”.
Com isso, agora 7 modalidades são liberadas e reguladas, alinhando o Brasil aos países de referência em telemedicina. Elas incluem teleconsulta, teleconsultoria, tele interconsulta, telediagnóstico, telecirurgia, televigilância e teletriagem.
Isso representa um enorme avanço para a qualidade assistencial do país e para os próprios avanços médicos que já impactam a população, uma vez que cerca de metade dos brasileiros já utilizou serviços de saúde online nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados pela Veja.
A importância da telemedicina
Como você pôde ver, o grande benefício da telemedicina está na eliminação de distâncias. Ou seja, os pacientes não só têm acesso facilitado aos atendimentos, como também podem ter a assistência especializada que necessitam mesmo em áreas distantes. As vantagens incluem:
- Contato mais próximo e constante entre médicos e pacientes;
- Troca de informações facilitada entre diferentes serviços assistenciais;
- Acesso a especialistas de referência, mesmo que estejam distantes;
- Menor necessidade de deslocamentos;
- Maior rapidez e acessibilidade na busca por atendimento;
- Ampliação da agenda de atendimento para os médicos;
- Possibilidade de enviar ou obter laudos ágeis 24 horas por dia;
- Maior especialização com integração remota em diagnósticos;
- Mais facilidade para segunda consulta, análise de exames ou orientações;
- Redução de custos operacionais e do tempo de atendimento.
Para você ter ideia, cerca de 75% das visitas aos serviços médicos regulares ou emergenciais são desnecessárias. Nesses casos, as queixas dos pacientes poderiam ser resolvidas de maneira mais eficaz, rápida e segura via telemedicina.
Isso é o que conclui uma pesquisa divulgada pelo UOL, que também aponta que os pacientes adeptos à modalidade têm mais preocupação com sua própria saúde, sofrem 31% menos internações e passam 48% menos dias dentro do hospital.
Qual a principal diferença entre telessaúde e telemedicina?
Muitas pessoas se perguntam qual a principal diferença entre telessaúde e telemedicina, já que ambos são considerados os conceitos principais quando tratamos sobre a prática da medicina à distância.
Em primeiro lugar, a telessaúde é voltada à melhoria e à expansão dos serviços de saúde (públicos e privados) por meio de computadores, dispositivos móveis, sistemas, aplicativos, entre outras Tecnologias de Informação e Comunicação.
Por sua vez, a telemedicina é uma subárea da telesaúde, focada na diminuição de distâncias geográficas e na promoção do acesso à saúde por meio de recursos de atendimento remoto, acessíveis de qualquer lugar do país e do mundo.
Ou seja, quando o assunto é telemedicina e telessaúde, a primeira é mais específica e focada nos recursos complementares às práticas médicas. Já a segunda é mais abrangente e dedicada a toda tecnologia capaz de beneficiar a assistência em saúde como um todo.
Como funciona a telemedicina?
Para entender como funciona a telemedicina, é preciso ater-se às práticas previstas em suas 3 grandes frentes, que são a teleassistência, as teleconsultas e a teleducação. Entenda suas particularidades:
Teleassistência
A teleassistência é focada na atenção ao bem-estar do paciente. Nela, a pessoa atendida é monitorada em casa ou em uma unidade de saúde local. Para isso, o médico responsável mantém contato com um especialista à distância.
Na maioria das situações, o indivíduo monitorado conta com equipamentos médicos para avaliar seus parâmetros clínicos. Assim, além do feedback do profissional que o acompanha, os especialistas remotos podem receber os dados via internet para averiguar as suas condições.
Teleconsulta
Já a teleconsulta é a consulta online propriamente dita. Trata-se de um atendimento feito via internet entre médico e paciente. Ele pode servir para lidar com casos simples, tirar dúvidas de saúde, prestar orientações, seguir com retornos, entre outros casos semelhantes.
Além disso, a teleconsulta também engloba procedimentos remotos feitos entre os próprios médicos. Ocorre, por exemplo, quando um clínico geral busca uma segunda opinião com um especialista, precisa de orientações durante um procedimento, e assim por diante.
Teleducação
Por sua vez, a teleducação funciona como nas outras áreas de educação à distância. Nela, o profissional de saúde pode realizar sua capacitação remotamente. Isso lhe permite aprimorar-se mesmo longe dos grandes centros de referência.
Ela pode ser desenvolvida com diferentes recursos de e-learning. Isso vai desde cursos e aulas online, até palestras, videoconferências entre médicos, programas de reciclagem, webinars, conteúdos focados, entre outros.
Como implantar a telemedicina na sua clínica médica?
Se você está se perguntando como implantar a telemedicina, tenha em mente que esse não é um processo muito complexo e nem demanda altos investimentos. Contudo, é importante preparar-se para atender neste modelo.
Para começar, você precisa avaliar a realidade da sua clínica e sua rotina de atendimentos. A partir disso, defina os pontos que você pretende otimizar com o apoio da tecnologia e quais serão os recursos necessários para isso.
Esse será o ponto de partida para definir um sistema de telemedicina alinhado às suas necessidades. Atualmente, há diversas opções disponíveis no mercado, mas você precisa ter critério na sua escolha.
Primeiro, garanta um software que ofereça as ferramentas ideais para as práticas que você pretende realizar. Não adianta ter uma boa plataforma, caso ela não contemple as demandas dos seus serviços. Também não vale investir em dezenas de recursos que você não vai utilizar.
Garanta que o seu fornecedor seja comprometido com a adaptação ao sistema, oferecendo treinamentos para sua utilização, integração à infraestrutura que já há no seu consultório e escalabilidade para você adicionar novas funcionalidades conforme necessidades futuras.
Por falar nos treinamentos, não abra mão da capacitação do seu time. Afinal, além de viabilizar as teleconsultas, a plataforma de telemedicina normalmente também agrega outras funções de software de gestão de clínicas que impactam os processos internos.
Para que você entenda melhor as possíveis alternativas para aderir à modalidade e como se preparar para implementá-las, abaixo listamos os principais exemplos atuais de como atender via telemedicina.
Exemplos de telemedicina para você aplicar
Há inúmeros exemplos de telemedicina para serem aplicados nas rotinas das clínicas, hospitais e demais unidades de saúde. Conheça os principais deles e saiba como integrar essas diferentes possibilidades na sua rotina de atendimentos:
Telemonitoramento
O telemonitoramento utiliza diferentes dispositivos em escala para monitorar remotamente os sinais clínicos dos pacientes. Esse acompanhamento frequente é especialmente recomendável para pacientes crônicos e em situações que exigem cuidados especiais.
Telediagnóstico
Já o telediagnóstico é baseado no envio de laudos online. Enquanto a clínica de exames envia os dados, uma central de especialistas é responsável por os laudar e reenviar ao médico solicitante de maneira ágil e especializada.
Teleconsulta
A teleconsulta, como citamos anteriormente, é prática mais atrelada ao conceito de telemedicina. Basicamente, consiste na realização de atendimentos remotos, normalmente por meio de videoconferências em plataformas especializadas.
Telerradiologia
A telerradiologia é um segmento específico do telediagnóstico. Ela também viabiliza o envio de exames via plataforma de telemedicina, só que com foco na transmissão de imagens de alta resolução ao médico radiologista.
Tele Neuropsicologia
Por sua vez, a tele neuropsicologia é focada no diagnóstico de transtornos cognitivos, tanto adultos, quanto pediátricos. Para isso, ela prevê a aplicação de testes específicos, que são feitos à distância via telemedicina.
Telereabilitação
Parecida com o telemonitoramento, a telereabilitação também prevê um acompanhamento mais contínuo dos pacientes. Contudo, seu foco é em acompanhar e prestar acompanhamentos em rotinas de reabilitação.
Telecirurgia
Trata-se da área que mais gera perguntas sobre telemedicina. A telecirurgia prevê intervenções cirúrgicas com o auxílio total ou parcial de robôs. O exemplo mais conhecido é a introdução de stent para desobstrução de vasos sanguíneos, mas outros procedimentos mais complexos já estão surgindo e ganhando aderência no mercado.
Telepatologia
Por fim, a telepatologia permite que médicos patologistas compartilhem seus resultados com outros especialistas remotamente. Com a comparação dos dados, os diagnósticos se tornam mais céleres e assertivos. Além disso, isso gera mais informações em acervos para pesquisas.
Viu como a medicina remota é repleta de possibilidades? A tecnologia já proporciona inúmeros benefícios para médicos e pacientes. Aderir a essa tendência é alinhar-se ao futuro da área da saúde, mas isso depende do uso das tecnologias certas.
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Perguntas frequentes:
O que é telemedicina?
A telemedicina consiste no uso de tecnologias de comunicação aplicadas à cadeia de atenção à saúde. Seu foco é eliminar barreiras geográficas e viabilizar um contato remoto de qualidade entre médicos e pacientes.
Como funciona a telemedicina?
Com o auxílio de sistemas digitais de comunicação, a telemedicina pode ser utilizada para a realização de consultas, monitoramentos de pacientes, diagnósticos e até de processos de especialização à distância.
Como implantar a telemedicina?
O principal requisito para implantar a telemedicina é um software especializado na área. Sua utilização depende da qualificação da equipe da sua clínica. Além disso, é importante contratar um sistema com recursos alinhados aos serviços que você pretende oferecer no segmento.