Como garantir a Saúde sem fake news? 3 ações práticas

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saúde sem fake news

Desde 2018, o Ministério da Saúde possui um canal conhecido como Saúde sem Fake News. O objetivo é desmentir as notícias falsas que circulam nas redes sociais sobre a saúde.

O tema é de grande relevância para a saúde pública devido aos impactos negativos que as informações falsas causam na saúde da população.

Por esse motivo, apresentamos neste texto algumas dicas de como combater as fake news na Saúde. Continue a leitura para descobrir! 

Por que prezar pela saúde sem fake news?

Por que as fake news são informações incorretas ou descontextualizadas que induzem as pessoas a tomar decisões prejudiciais, tanto para sua saúde como para a dos outros.

Isso porque a maioria das pessoas não costuma checar a veracidade das informações. 

Assim, as fake news tornam-se parte do conjunto de crenças que moldam o seu comportamento.

A situação piora quando as pessoas já possuem opiniões equivocadas e encontram correspondência em alguma notícia falsa. 

Neste caso, ocorre o fenômeno do viés de confirmação que é quando alguém só considera verdadeiras as informações que reforçam crenças pré-existentes.

Um exemplo famoso disso foi o artigo publicado pelo médico britânico, Andrew Wakefield, na revista Lancet em 1998. 

No artigo, o médico apresentava uma hipótese de que as vacinas MMR poderiam causar autismo. Mais tarde, ficou provado que o pesquisador ignorou informações e evidências que levariam a uma conclusão diferente.

No entanto, antes que o estudo fosse desmentido, houve repercussões graves. Os índices de vacinação caíram no Reino Unido e depois ao redor do mundo.

Houve até mesmo uma epidemia de sarampo na Europa por causa da queda das imunizações.

Em 2010, o Conselho Geral de Medicina do Reino Unido julgou Wakefield como inapto para o exercício da medicina. 

Contudo, as informações falsas produzidas por ele repercutem até hoje nos grupos do movimento antivacina.

Sobre o surgimento das fake news na Saúde

As fake news podem surgir de forma deliberada, quando alguém divulga uma informação sabendo que ela não é verdadeira. 

Essa é, em geral, a conotação do termo fake news que está diretamente associado a interesses políticos.

No entanto, as fake news na Saúde são ainda mais complexas, pois além das informações falsas produzidas para causar impactos no debate político, existe outra origem para elas.

O problema está na tradução do processo que leva ao consenso científico para o grande público.

Isso porque os cientistas precisam fazer comparações entre uma grande quantidade de estudos a fim de chegar ao melhor retrato possível da realidade, conforme afirma o pesquisador Carlos Orsi no livro Fake News e Saúde.

Entretanto, quando essas informações chegam ao público geral, elas já estão fragmentadas e fora de contexto. 

Com isso, as conclusões que as pessoas chegam a partir desses estudos não são as mais precisas.

Conforme essas informações vão sendo disseminadas, elas ficam cada vez mais distantes dos estudos originais que apresentam as ressalvas necessárias para interpretá-los da forma correta.

Quais são os impactos das fake news na Saúde?

O caso que apresentamos anteriormente sobre a falsa ligação entre a vacinação e a ocorrência de autismo em crianças é um dos maiores exemplos do impacto das fake news na Saúde.

Afinal, as pessoas mudaram seu comportamento por causa de uma informação falsa e aqueles que já possuíam crenças parecidas reforçaram sua visão equivocada sobre a vacinação.

No contexto da pandemia, também podemos perceber a gravidade desse fenômeno. Tanto no sentido do negacionismo sobre as medidas de prevenção quanto na aposta em tratamentos ineficazes e sem comprovação científica.

Estes elementos contribuíram para o agravamento da crise na sanitária e causaram danos às pessoas que tiveram atitudes baseadas nessas informações falsas.

Ou seja, as fake news representam uma ameaça para a vida das pessoas e geram custos desnecessários para o sistema de Saúde.

Saúde sem fake news: principais exemplos

Para combater as fake news, o Ministério da Saúde criou o canal Saúde sem Fake News. Trata-se de um número de WhatsApp para onde qualquer pessoa pode encaminhar notícias que tenha recebido pelas redes sociais.

Assim, uma equipe do Ministério da Saúde apura as informações e responde se elas procedem ou não.

Entre 2018 e 2019, o canal recebeu mais de 10 mil mensagens. Além disso, a equipe de monitoramento do MS nas nas redes sociais e portais de notícias investiga todos os dias cerca de sete mil casos de fake news.

Confira a seguir os principais exemplos de informações falsas recebidas pelo canal:

“O câncer não é uma doença, mas um negócio” 

Nesta fake news, o autor alega que o câncer não existe, pois seria apenas uma deficiência da vitamina B17. 

Por isso, em vez de utilizar tratamentos com efeitos colaterais, como a quimioterapia, as pessoas deveriam tomar essa vitamina.

Contudo, a referida substância sequer é uma vitamina. Na verdade, trata-se de um composto parcialmente sintético chamado Laetrile que é produzido a partir de uma substância vegetal, a amigdalina.

Tal substância é utilizada como anti cancerígeno desde o século XIX, porém não existem evidências científicas que comprovem sua eficácia.

“Vacina faz mal”

Essa frase poderia constituir uma categoria de fake news devido a quantidade de notícias falsas em torno do tema da imunização.

As desinformações incluem efeitos colaterais inexistentes, aumento do risco de infecção de outras doenças, teorias conspiratórias e assim por diante.

Ou seja, todo tipo de “argumento” que tenta mostrar que a vacinação é prejudicial para o ser humano.

As consequências desse tipo de fake news estão entre as mais graves, uma vez que para combater uma epidemia ou uma pandemia o esforço coletivo é fundamental.

“Curas milagrosas”

Outro tipo de fake news que poderiam constituir uma categoria à parte são as curas milagrosas, como:

  • Tomar café previne o Coronavírus;
  • Chá de limão com bicabornato quente cura a Covid-19;
  • Suco de coco quente cura o câncer;
  • Suco de inhame cura a dengue;
  • Alimentos alcalinos evitam o Coronavírus.

Estes são apenas alguns exemplos, mas a lista é muito mais extensa. Em geral, esse tipo de Fake News atribui a conclusão a algum pesquisador real ou não.

Dessa forma, a informação se parece com um conteúdo jornalístico fundamentado pela opinião de um especialista. O que induz as pessoas a acreditarem naquela informação.

Como garantir a Saúde sem fake news?

Para combater as fake news na Saúde é preciso conscientizar as pessoas sobre como consumir informações e notícias.

Contudo, esse processo não depende apenas de iniciativas do governo e das agências de checagem de fatos, mas também de um esforço coletivo.

Isso porque, a formação das crenças e opiniões não ocorre apenas pelo consumo de informações pela mídia e redes sociais.

Ela acontece no dia a dia, nas interações com pessoas próximas que podem reforçar ou não as opiniões baseadas em fake news.

Por isso, separamos algumas ações que você pode realizar para garantir a Saúde sem fake news:

1. Não compartilhe notícias sem checar a fonte

Uma das razões que levam as pessoas a acreditar nas notícias falsas está ligado a quem as compartilha.

Em geral, quem compartilha as fake news são pessoas do nosso convívio social, familiares, amigos, etc.

Contudo, elas fazem isso porque acreditam que as informações são verdadeiras e não por má fé.

O problema é que as pessoas transferem a confiança que têm no interlocutor para a informação que estão recebendo dele.

Por isso, antes de compartilhar qualquer notícia é preciso checar a fonte para saber se ela foi construída a partir das boas práticas do jornalismo ou da ciência.

2. Desminta as fake news que recebe

Outra boa prática é desmentir as fake news que você recebe. Isto é, quando alguém compartilhar informações falsas, avise a pessoa que se trata de uma notícia falsa.

Você pode até mesmo enviar um link com a referência de uma das agências de checagem de fatos, como a Agência Lupa ou o Fato ou Fake, por exemplo.

3. Produza conteúdos de qualidade

Se você é um profissional da Saúde, então você possui conhecimento para criar conteúdos sobre a saúde.

Afinal, quanto mais os profissionais se posicionarem contra a desinformação, mais referência as pessoas terão para não cair na armadilha das fake news.

Além disso, você pode trazer esse assunto durante as consultas e instruir os pacientes sobre os melhores portais de conteúdo médico.

Saúde sem fake news é no blog da Feegow

O blog da Feegow é um portal de conteúdos sobre o setor de Saúde focado nos temas de inovação, tecnologia e gestão de clínicas e consultórios.

Nossos conteúdos são produzidos a partir de pesquisas minuciosas em fontes confiáveis e com checagem de informações. 

Tudo para garantir conteúdos de qualidade para manter você atualizado sobre esses temas e para ajudar a melhorar a rotina da sua clínica.

Acreditamos que a distribuição de informações confiáveis sobre os serviços de saúde e suas tecnologias é fundamental para criar as condições para o futuro da Saúde.

Se você gostou deste texto e deseja acompanhar as mudanças do setor, confira os outros conteúdos do nosso blog!

Perguntas frequentes:

Por que prezar pela saúde sem fake news?

Por que as fake news são informações incorretas ou descontextualizadas que induzem as pessoas a tomar decisões prejudiciais, tanto para sua saúde como para a dos outros.

Quais são os impactos das fake news na Saúde?

Elas representam uma ameaça para a saúde e para a vida das pessoas, além de gerar custos desnecessários para o sistema de Saúde.

Como garantir a Saúde sem fake news?

Não compartilhe notícias sem checar a fonte, desminta as fake news que você recebe e produza conteúdos de qualidade nos seus canais de comunicação.

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