Modelos de remuneração em saúde: conheça os diferentes tipos!
Os modelos de remuneração têm a ver com o equilíbrio entre a qualidade da experiência dos pacientes e o pagamento recebido pelas instituições de saúde.
Até por isso, existem diferentes formas de remuneração na saúde. Elas se alinham melhor às características e demandas de qualquer empreendimento do setor.
E neste post vamos falar sobre esses tipos, como o fee for service, o orçamento global e a capitation, entre outros. Assim, é possível tomar como base as melhores condições propostas por esses modelos de remuneração. Boa leitura!
Modelos de remuneração em saúde: qual o mais utilizado no Brasil?
Alguns fatores sociais e biológicos afetam, constantemente, as decisões em torno das melhores formas de remuneração em saúde. Alguns exemplos:
- Advento da transformação digital e de novas tecnologias na saúde;
- Descoberta de novas condições de saúde;
- Envelhecimento da população;
- Evolução de velhas doenças;
- Expectativa de vida.
Por exemplo: hoje em dia, a expectativa de vida média do brasileiro é de 76,8 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos dez anos, o crescimento nessa média foi de 3,3 anos.
Perceba o quanto isso impacta o país de múltiplas maneiras. Temos mais pessoas no mundo, com acesso a diferentes abordagens médicas e tratamentos para promover a qualidade de vida.
É claro que isso afeta, diretamente, os modelos de remuneração. Pois inclui a aplicação dessas técnicas e tecnologias, o aumento no tempo de relação entre médico e paciente e muitos outros fatores.
Até por isso, há quem diga que o modelo de remuneração mais popular do Brasil — o pagamento por serviço (fee for service) — tem se defasado. Com tanta mudança na sociedade, atualmente, é preciso enxergar modelos que garantam benefícios a todos os envolvidos.
Nesse sentido, estamos falando tanto dos pacientes quanto dos prestadores de serviços (profissionais e operadoras de planos de saúde, por exemplo).
Entenda os modelos de remuneração em saúde
Como adiantamos, na introdução do artigo, existem diversos tipos de modelos de remuneração em saúde. E vamos abordar os principais nos tópicos a seguir. Veja só!
Fee for Service
Há décadas, esse é o modelo de remuneração mais utilizado no país. Nele, o prestador recebe por procedimento realizado, tendo — geralmente — uma tabela de preços por cada um deles.
Essa média de preço varia entre clínicas e outras instituições de saúde, mas têm em comum a remuneração por quantidade, e não qualidade.
Ou seja: assim, o foco é a doença e não a prevenção, por exemplo.
Além disso, há pouco interesse em mudar esse panorama. Algo que aumenta a pressão sobre as operadoras porque nem sempre a quantidade (custosa) de procedimentos solicitados se justifica.
Os salários médicos têm impacto nesse modelo, já que os profissionais ganham por quantidade. E isso é algo que dificulta o interesse coletivo em modificar tal estrutura.
Diagnosis Related Groups
A partir do diagnóstico, esse modelo de remuneração projeta um só pagamento. Para isso, leva em consideração o conjunto de serviços de acordo com a avaliação médica.
Para isso é usada a CID (Classificação Internacional de Doenças), que estabelece um padrão uniforme de problemas de saúde.
Contudo, isso tende a significar uma descoordenação na forma de precificar. Pois cada pagamento é feito separadamente, o que inviabiliza uma atenção no ciclo completo da doença.
Por sua vez, esse é um dos modelos de remuneração que melhor aponta métricas individuais que contribuem para diversas melhorias. Por exemplo: identificar quais hospitais mais realizam determinados procedimentos; índices de mortalidade; e outros índices que favorecem a análise qualitativa dos serviços prestados.
Capitation
Já existiram, no passado, tentativas de aplicação do modelo de remuneração capitation. Ele consiste na concentração de um valor fixo, por paciente, e por período de tempo. Ele é antecipado para diversos serviços de saúde e pode ser usado quando necessário.
Esse valor pode variar, e a média está associada à amplitude de serviços prestados, à quantidade de pacientes envolvidos e ao intervalo de tempo. O valor, inclusive, pode mudar de acordo com a região do país, uma vez que cada um pode seguir a sua tabela de preços.
Na assinatura do contrato, o paciente já sabe qual é a lista autorizada de procedimentos. Mas no geral estão inclusos:
- Injeções, imunizantes e medicamentos administrados na clínica médica;
- Serviços de prevenção e diagnóstico de doenças;
- Testes laboratoriais (na clínica ou em terceiros);
- Exames de rotina (como oftalmológico e de audição).
O risco do capitation é que o prestador de serviço pode ultrapassar o limite destinado ao paciente. Só que, com uma boa gestão financeira e mais controle das ações terapêuticas, a recompensa econômica também pode ser observada.
Orçamento Global
Esse é um dos modelos de remuneração menos utilizados na saúde. Afinal, o orçamento global tem a ver com a definição de um limite de gastos para cada unidade de saúde.
Você deve imaginar que isso interfere na qualidade do trabalho prestado diariamente, certo? Pois até pode existir mais previsibilidade, mas qualquer demanda imprevista coloca a perder o planejamento da clínica médica.
Bundled Services
Com base em um completo histórico do paciente e outros indicadores que auxiliam na precisão na tomada de decisões, esse modelo seria muito mais relevante.
Pois ele consiste na responsabilidade do prestador de serviço em desenhar o ciclo completo do tratamento dos pacientes. Assim, seria possível obter melhor desempenho, (operacionais, terapêuticos e de custos) equilibrando-se na qualidade do atendimento.
Mas envolve uma compilação e concentração massiva de dados. Pois, assim, seria mais fácil montar modelos de remuneração mais precisos e alinhados às características dos pacientes e de perfis similares.
Por exemplo: a criação de um bundle (um pacote de serviços) focado em infecção primária da corrente sanguínea.
Baseada em Valor
Por fim, temos o nosso último modelo de remuneração em saúde, que é Baseado em Valor. Por meio dele, o enfoque está restrito ao desfecho clínico de cada paciente.
Ou seja: em vez de focar na doença, como os outros modelos de remuneração em saúde, aqui privilegia-se a saúde do indivíduo. O que incentiva à melhoria de processos internos para otimizar o cuidado e a atenção dedicados ao paciente. Isso reduz custos e minimiza a quantidade de procedimentos, pois a cura não é o fim do ciclo, mas a prevenção e manutenção da saúde.
Para tanto, o modelo de remuneração baseado em valor pode levar em conta:
- Eventos que coincidem com a permanência do internado;
- Desfechos (satisfatórios e insatisfatórios);
- Não ocorrência de inconsistências;
- Melhora do paciente;
- Reinternações.
Como os profissionais da saúde podem se preparar para o novo modelo de remuneração em saúde?
Deve ter dado para perceber que, ainda que o Fee for Service seja consolidado, ele já não parece unanimidade. Afinal de contas, muita coisa mudou, de décadas atrás até o presente momento. Deixar as coisas como estão não beneficia ninguém.
Mas entre os modelos de remuneração apresentados, o Baseado em Valor já se mostrou não só uma tendência, mas algo concreto. Pois ele reduz custos, para o operador, promove melhorias operacionais e planeja um atendimento humanizado em saúde.
É importante observar o quanto esse é um dos modelos de remuneração que exige mais capacitação e novas habilidades dos profissionais. Pois o atendimento humanizado requer novas abordagens, técnicas e formas de se relacionar com o paciente.
Além disso, noções de informatização na saúde é de profunda relevância para esse tipo de profissional. Pois a coleta, a análise e o cruzamento de dados fazem parte da rotina dos modelos de remuneração focados na qualidade de vida do indivíduo.
Quer entender mais sobre o papel da transformação digital nos processos operacionais de uma clínica médica? Confira, aqui, nosso post sobre quais recursos buscar em softwares para clínicas!
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Perguntas frequentes:
Quais são os modelos de remuneração em saúde?
Existem diversos, mas os principais modelos de remuneração aplicados ao redor do mundo são o Fee for Service, o Diagnosis Related Groups, o Capitation, o Orçamento Global, o Bundled Services (pacote de serviços) e o modelo de remuneração Baseado em Valor.
Como esses modelos funcionam?
Cada um funciona de uma maneira, mas tem a ver com os prestadores de serviços, o pagamento deles e o tratamento oferecido para o paciente. Como vimos, entre os modelos de remuneração, o Baseado em Valor é o único que não foca na doença, exclusivamente, mas também na promoção da melhoria gradual da condição de vida do indivíduo.
Qual é a melhor opção?
O modelo de remuneração Baseado em Valor é diferenciado porque ajuda a otimizar a gestão financeira, o fluxo operacional e a relação com o paciente. Isso também se caracteriza em um atendimento mais humanizado e focado na qualidade de vida, gerando diferenciais competitivos para a clínica médica.