23 Novembro 2021

Como humanizar o tratamento e quais são os ganhos da desospitalização?

A desospitalização é um processo que promove o cuidado mais humanizado, oferecendo mais conforto ao paciente e seus familiares.


O debate em torno deste tema possui uma longa história e está fortemente ligado ao contexto da luta antimanicomial.


Isso porque, os primeiros movimentos de desospitalização começaram com as reformas do setor psiquiátrico. 


Com o tempo, o conceito se expandiu para outros setores da saúde, integrando o cuidado domiciliar aos modelos assistenciais.


Então, para saber mais sobre a desospitalização e como ela ajuda a humanizar o tratamento, continue a leitura deste texto em que falamos sobre a história do conceito, seus desafios e benefícios! 


O que é desospitalização?


Em resumo, é o processo de transferir o paciente do ambiente hospitalar à sua residência, continuando os cuidados com a saúde em domicílio, recebendo ainda assim atenção dos profissionais de saúde


A desospitalização compreende ações em diferentes momentos, desde a internação do enfermo até sua transferência ao cuidado domiciliar.


Ou seja, o hospital começa a planejar a alta do paciente já na sua admissão, verificando seu perfil e o quanto ele precisa evoluir no tratamento até ser transferido para casa.


Além da estabilidade do quadro clínico do paciente, é preciso verificar as condições da família em ajudar durante a internação domiciliar, assim como os custos da transferência.


Esse processo facilita, acima de tudo, a reabilitação do paciente por conta dos benefícios do atendimento em casa que falaremos nos próximos tópicos.


Origem da desospitalização


Antes dos hospitais se tornarem um ambiente terapêutico, eles eram instituições que assistiam pessoas desamparadas e excluídas da sociedade. Portanto, não havia um cuidado profissional com a saúde.


Então, a partir do século XVIII, durante a Revolução Industrial, o hospital começou a ser o local onde os médicos faziam os diagnósticos e tratamentos.


Mais tarde, no século XIX, a enfermagem passou a fazer parte do trabalho em hospitais com a atuação de Florence Nightingale que fundou a primeira escola de enfermagem da Inglaterra.


Já em 1864, Florence defendia que o ambiente hospitalar não era suficiente para garantir a eficiência dos tratamentos, bem como a recuperação do paciente. Por outro lado, o domicílio seria a melhor escolha para melhorar sua qualidade de vida.


Contudo, foi apenas no final do século XX que o conceito de desospitalização surgiu em diversos países no contexto da desinstitucionalização médica.


Agora, para entender um pouco mais sobre como isso aconteceu, continue a leitura do próximo tópico!


A desospitalização no Brasil e no mundo


O conceito de desinstitucionalização surgiu nos Estados Unidos e na Europa a partir de reformas na assistência psiquiátrica, na década de 1950. 


Até então, as pessoas com transtornos mentais ou que não seguiam os comportamentos padrões da sociedade eram sujeitos à reclusão em instituições psiquiátricas.


No entanto, esta medida estava mais associada à eliminar ou esconder o que era visto como um problema social do que em curar o paciente.


Sobretudo, com o plano de saúde mental desenvolvido durante o governo Kennedy, esta lógica se inverteu. Assim, os pacientes passaram a sair das instituições para retornar ao convívio em sociedade em um processo de desospitalização.


Este movimento foi uma grande vitória na luta antimanicomial e repercutiu em mudanças profundas nos sistemas de saúde.


Quer dizer, se no passado a desospitalização estava ligada às reformas psiquiátricas, hoje ela faz parte do modelo de atenção à saúde.


No Brasil, isto se manifestou no Programa de Saúde da Família de 1997 e na aprovação de Portarias que regulamentam as práticas de atendimento domiciliar desde 1998.


Em seguida, no ano de 2002, o SUS aumentou a ênfase do processo de desospitalização com a Portaria GM/MS nº 249 que foi a base de outras normativas que promovem a alta hospitalar.


Foi assim que a desospitalização tornou-se uma estratégia da Saúde Pública Brasileira em que o paciente é o centro dos cuidados.


Principais desafios ao implementar a desospitalização


Apesar de todas as iniciativas que existem em torno da desospitalização no Brasil, ainda existem diversos desafios para sua implementação.


Falta de legislação sanitária


Em primeiro lugar, um dos principais é a falta de regulação por parte da Anvisa sobre as atividades praticadas nos domicílios, como administração de medicamentos, troca de curativos, etc. 


Sem essa regulamentação, as normas do processo de desospitalização ficam sob a responsabilidade dos estados e municípios. O que não é o cenário ideal para uma estratégia abrangente dos cuidados domiciliares.


Dificuldade na estrutura dos domicílios


Algumas famílias são resistentes à proposta por causa da falta de estrutura de suas casas para oferecer os cuidados.


Afinal, o processo de desospitalização exige uma preparação que nem sempre está dentro das condições da família.


Acrescenta-se ainda, a necessidade de ajuda de que os pacientes têm em realizar suas atividades cotidianas.


Insegurança da família


Muitas vezes o paciente está submetido à uma frequência de administração de medicamentos difícil de manter. 


Desse modo, a família se sente insegura em assumir parte dos cuidados, pois a dinâmica do hospital não é facilmente reproduzível em casa. Para isso, é necessário um esforço de organização e adaptação às novas condições.


Como humanizar o tratamento através da desospitalização?


A desospitalização por si só já é um processo de humanizar o tratamento, uma vez que o paciente retorna ao convívio familiar e ao seu espaço de maior conforto que é sua própria casa.


Entretanto, a atuação dos profissionais deve se alinhar às práticas do atendimento humanizado.


Ou seja, oferecer o tratamento de forma respeitosa e empática, lembrando que o paciente é o protagonista dos cuidados. Logo, suas opiniões e preferências cumprem um papel importante no processo terapêutico.


No entanto, ele só conseguirá se manifestar em relação ao tratamento se o médico oferecer todas as informações necessárias para a compreensão de suas alternativas.


Como resultado, o profissional deve explicar as condutas de forma didática, falando pausadamente e sem utilizar jargões médicos.


O mesmo vale para a relação do médico com os cuidadores do paciente, pois eles precisam entender exatamente o que precisam fazer durante a internação domiciliar.


A melhor forma de garantir que tanto o paciente quanto a família compreendam as informações é, ao final da explicação, pedir que eles façam uma espécie de resumo de tudo o que foi dito.


Quais são os benefícios da desospitalização?


Os benefícios da desospitalização atingem as clínicas e os pacientes. Confira a seguir os principais deles:


Para clínicas


Aumenta a disponibilidade de leitos


A desospitalização libera a quantidade de leitos disponíveis na clínica, o que aumenta sua capacidade em atender pacientes que apresentam quadros agudos.


Isto é, ao implementar os cuidados domiciliares a clínica não deixa de atender os casos crônicos e consegue atender mais pacientes, sem precisar investir na ampliação dos leitos.


Diminui os custos assistenciais


Manter um paciente internado gera uma série de custos, como hotelaria, alimentação e manutenção da estrutura, por exemplo. Em geral, o valor das diárias de internação costumam ser altas.


Logo, atender os pacientes em suas casas representa uma grande economia para as clínicas e operadoras de planos de saúde.


Para pacientes


Melhora a relação médico-paciente


Ao transferir o paciente para o atendimento domiciliar, o médico passa a frequentar sua casa. Isto promove um estreitamento dos laços entre eles, criando uma relação de parceria.


Esta relação é fundamental para garantir o engajamento do paciente nos cuidados com sua saúde.


Redução no tempo de internação


Ficar internado por um longo período de tempo é desgastante, tanto para os pacientes como para seus acompanhantes.


Por isso, diminuir o tempo de internação é um grande benefício quando o paciente se encontra em um quadro estável que permita os cuidados em casa.


Menos risco de infecção


Com a redução do tempo de internação, o paciente enfrenta um risco muito menor a Infecção Relacionada à Assistência em Saúde (IRAS).


Afinal, os ambientes médicos possuem um alto fluxo de pessoas com diversos tipos de enfermidades, potencialmente contagiosas. O que representa um risco para os pacientes que permanecem muito tempo internados.


Aumento da qualidade de vida


O retorno ao convívio familiar e o conforto da própria casa promove um aumento na qualidade de vida dos pacientes.


Este fator representa também uma melhora na sua saúde mental, o que influencia diretamente no processo de recuperação.


A desospitalização com Feegow Clinic


O Feegow Clinic é uma solução para clínicas que oferece uma série de recursos para o atendimento e gestão em saúde.


Um deles é o recurso adicional de Telemedicina, em que os médicos podem realizar consultas, acompanhar e monitorar os pacientes à distância.


Portanto, trata-se de uma poderosa ferramenta para facilitar o processo de desospitalização, visto que as consultas podem ser mais frequentes do que seriam apenas com as visitas.


A Telemedicina permite um acompanhamento mais próximo do paciente, sem que o médico precise ir até sua residência a cada consulta.


Dessa forma, é possível até mesmo atender a mais pacientes, já que o profissional não gasta tempo em deslocamento.


O software possui toda a estrutura necessária para um atendimento completo. Ou seja: 


  • Pagamento pela própria plataforma via cartão ou boleto;
  • Sala de videoconferência;
  • Prescrição online;
  • Assinatura digital;
  • Prontuário eletrônico integrado ao recurso;
  • Área do paciente com login e senha;
  • Agendamento online.


O Feegow Clinic também conta com criptografia de dados para preservar a integridade das informações do paciente e garantir o sigilo médico.


Afinal, o software atende aos requisitos exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e possui a certificação SBIS-CFM que atesta sua segurança.Ficou curioso e deseja conhecer os outros recursos do Feegow Clinic? Então clique aqui e descubra como nosso software pode descomplicar a sua rotina médica!


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Perguntas frequentes:

O que é desospitalização?

É o processo de transferir o paciente do ambiente hospitalar para sua residência, garantindo a continuidade dos cuidados com a saúde em seu domicílio.

Como humanizar o tratamento através da desospitalização?

Oferecendo todas as informações ao paciente e seus familiares de forma empática e respeitosa para garantir sua autonomia e protagonismo nos cuidados em casa.

Quais são os benefícios da desospitalização?

Para as clínicas os benefícios são a melhora da relação médico-paciente; aumento da disponibilidade de leitos; diminuição dos custos assistenciais. Para os pacientes é a redução no tempo de internação; menor risco de infecção e aumento da qualidade de vida.