Por que - e como - aplicar wearables na área da Saúde?
Você já ouviu falar de dispositivos wearables? Sabia que eles possuem um grande potencial de uso na área da Saúde?
A tecnologia está crescendo exponencialmente, o que nos possibilita ver o surgimento de dispositivos que poderiam ter sido parte de uma história de ficção científica.
No entanto, eles são reais e estão disponíveis para ajudar a melhorar diversos aspectos de nossa vida.
Neste texto, você vai descobrir o que são os wearables, como surgiram e quais as suas principais aplicações na área da Saúde. Confira!
O que são wearables?
São dispositivos eletrônicos que os usuários podem vestir, geralmente associados ao conceito de IoT ou Internet das Coisas. Ou seja, objetos do nosso cotidiano que possuem conexão à internet.
O primeiro wearable que se tem notícia foi o óculos digital EyeTap, uma criação do pesquisador do MIT, Steve Mann que é considerado o precursor das tecnologias vestíveis.
Sua invenção é capaz de aumentar a capacidade visual das pessoas, processando as imagens do ambiente para apresentar de uma forma mais clara e detalhada que a olho nu.
Ao mesmo tempo em que Steve Mann lançava seu óculos digital em 1999, o executivo Kevin Ashton, escrevia um artigo em que cunhou o termo “Internet das Coisas”.
O projeto de Ashton destinava-se a encontrar melhores formas de administrar a distribuição de produtos da empresa em que trabalhava, a Procter & Gamble.
Então, ele começou a desenvolver um modo de conectar as embalagens dos produtos à internet. Com isso, a empresa saberia a localização precisa dos produtos que saíssem da fábrica.
Nos anos seguintes, as duas formas de tecnologia se integraram, o que resultou na invenção de uma grande variedade de aparelhos wearables com conexão à internet.
Atualmente, existem diversos aparelhos deste tipo no mercado que são produzidos por grandes empresas, como a Apple, Microsoft e Google.
Para que servem os wearables?
Os wearables servem para uma diversidade de tarefas relacionadas à conectividade e ao cotidiano das pessoas.
As funções vão desde o recebimento de notificações, troca de mensagens, ligações e realização de pagamentos até o suporte a pessoas com problemas de audição e visão.
Ela pode servir, por exemplo, para levar seu usuário para um mundo virtual onde ele tem a sensação realmente de estar lá.
Este é o caso dos Óculos Rift de realidade virtual, muito utilizados nos jogos de computador, mas também servem para reuniões à distância.
Ou seja, dois usuários separados geograficamente podem se encontrar e conversar em uma realidade virtual.
As pesquisas sobre novas funcionalidades e dispositivos wearables seguem em ritmo acelerado, em diversos setores.
Um exemplo interessante é um experimento realizado por pesquisadoras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Elas desenvolveram um protótipo de wearable que serve para fazer a marcação de palco em ballet.
Assim, as bailarinas dançam vestindo uma espécie de cinta que transmite em tempo real o seu posicionamento no palco para o computador do coreógrafo.
4 tipos de wearables disponíveis hoje
1. Pulseira fitness
Um dos tipos mais comuns de wearable são as pulseiras fitness que servem como um assistente para exercícios físicos. Em geral, elas apresentam as seguintes funções:
- Monitoramento cardíaco durante as atividades físicas;
- Contagem de passos;
- Marcador de distâncias percorridas;
- Previsão de perda de calorias;
- Timer.
O mercado para esse tipo de wearable está crescendo e já existem marcas especializadas nas pulseiras esportivas.
Muitos atletas profissionais utilizam a tecnologia para registrar seus treinos e acompanhar a evolução de sua performance.
2. Smartwatch
Os relógios inteligentes integram a maioria das funções das pulseiras fitness, porém são mais versáteis.
Afinal, eles também permitem atender e fazer chamadas, além de monitorar os padrões do sono.
3. Roupas inteligentes
As roupas inteligentes disponíveis trazem basicamente as mesmas funções de uma pulseira fitness em termos de leitura de funções vitais.
Algumas jaquetas possuem um sistema de sinalização com leds para que ciclistas possam pedalar à noite.
4. Smart Glasses
Alguns óculos inteligentes se parecem com um óculos comum, outros trazem um design mais futurista.
Entretanto, eles funcionam de forma muito parecida, exibindo conteúdos da internet diretamente em suas lentes. Além disso, os smart glasses possuem câmera e permitem realizar chamadas.
Não é por acaso que a empresa Xiaomi, que lançou recentemente seu primeiro protótipo de Smart Glass, prevê a substituição dos smartphones pela opção wearable no futuro.
Principais funções dos wearables na Saúde
Com o avanço da tecnologia dos wearables, não demorou para que o setor da saúde percebesse o seu potencial para os cuidados médicos.
A maioria dos tipos de wearables que falamos até aqui podem ser utilizados para as funções abaixo. Confira!
Sensor de batimento cardíaco
Uma das funções mais comuns dos smartwatches e pulseiras fitness é o sensor de batimentos cardíacos.
Uma das tecnologias que esses dispositivos utilizam para fazer isso emprega luzes de led verde junto a dispositivos semicondutores chamados de fotodiodos.
Assim, cada vez que o coração bate, o fluxo de sangue aumenta no pulso. Por consequência, a absorção da luz verde fica maior.
Como os leds estão emparelhados com os fotodiodos, o dispositivo consegue calcular os batimentos cardíacos conforme a luz verde pisca.
Termômetro
Outra função importante dos wearables na saúde é a medição de temperatura.
Como as roupas, pulseiras e relógios estão sempre em contato com o corpo, fica fácil obter essa informação com um termômetro digital integrado.
Oxímoro
Algumas marcas de smartwatches trazem a função de oxímoro para medir o nível de oxigênio no sangue.
Embora não ofereçam a mesma precisão que os equipamentos médicos específicos, os wearables conseguem detectar mudanças que podem acender um sinal de alerta sobre essa informação.
Os desafios dos wearables na Medicina
Os principais desafios dos wearables na Medicina envolvem questões de privacidade e precisão das informações obtidas por esses meios.
Com um dispositivo enviando informações sobre a saúde das pessoas em tempo real, a segurança desses dados é uma das grandes preocupações dos usuários.
Isso porque os dispositivos podem interagir com outros aparelhos, como smartphones e tablets.
O que torna os wearables alvos para hackers que buscam informações pessoais como dados bancários, localização, etc.
Contudo, os riscos dos próprios smartphones e outros dispositivos que as pessoas já utilizam não são menores. O ponto principal aqui é a sensibilidade dos dados de saúde.
O outro desafio é sobre como utilizar essas informações, uma vez que ainda não está claro o quanto elas são precisas.
Os desenvolvedores ainda estão aperfeiçoando os sensores para a coleta das medições. Até chegarmos em um ponto ideal, os médicos precisam avaliar criticamente estas informações e orientar os pacientes no mesmo sentido.
Isso porque os usuários também monitoram a própria saúde com estes dispositivos de modo que existem dois riscos. Um deles é gerar uma falsa segurança a partir de leituras positivas.
O outro risco é o efeito contrário, isto é, uma ansiedade desnecessária por informações negativas que podem não retratar a realidade.
Apesar desses desafios, a tecnologia ainda se mostra muito útil para a Medicina, desde que utilizada com consciência sobre suas limitações.
Como se aplicam os wearables na Saúde?
Confira a seguir as principais aplicações dos dispositivos wearables na Saúde:
Monitoramento
É a aplicação mais abrangente dos dispositivos vestíveis na Saúde. Com ela, os dados dos pacientes são enviados em tempo real para que o médico acompanhe as alterações nas medições dos sinais vitais do paciente.
Além dos dispositivos mais comuns que mencionamos ao longo do texto, existem ainda wearables fabricados especialmente para esta função.
É o caso dos sensores para aferição da taxa de glicemia em diabéticos. Em vez de usar o método de perfuração, os pacientes podem utilizar um sensor que fica colado em seu braço.
Para fazer a aferição é preciso utilizar um leitor que acompanha o kit. Basta aproximá-lo do sensor para obter a leitura.
Supervisão de segurança
É o uso dos dispositivos vestíveis para supervisionar ataques epilépticos, convulsões, alteração na pressão arterial, etc.
Quando alguma dessas intercorrências acontece, o dispositivo emite uma mensagem de alerta ou um alarme para que os cuidadores possam fazer um atendimento mais rápido.
Apoio aos diagnósticos
A tecnologia ajuda a formar uma base maior de dados sobre as condições de saúde do paciente.
Assim, ao compará-las com os exames tradicionais, o médico é capaz de avaliar o perfil do paciente e elaborar um diagnóstico mais preciso.
Quais são as vantagens da adoção de wearables?
A vantagem mais evidente da adoção de wearables como parte dos cuidados de saúde é a maior quantidade de informações sobre a saúde dos pacientes.
Com o discernimento necessário para interpretar esses dados, os médicos conseguem formar um histórico clínico que abrange não só informações nos momentos de enfermidade, como em condições normais.
Dessa maneira, o profissional tem um panorama mais amplo sobre as intercorrências que podem surgir avaliando fatores de risco.
O que torna possível diagnósticos precoces e consequentemente um início mais rápido de um tratamento.
Outra vantagem é a melhora na gestão de pacientes crônicos que demandam acompanhamento constante. Em especial, dos portadores de diabetes que podem utilizar dispositivos mais precisos.
Vale ressaltar, que os médicos na posição de usuários de wearables também podem extrair vantagens da tecnologia.
Por exemplo, ao utilizar um SmartGlass durante um procedimento em que pode acessar qualquer dado sem utilizar as mãos.
Além disso, como o óculos pode enviar as imagens que o médico está vendo, existe um grande potencial dessa tecnologia como uma ferramenta de ensino.
Ou seja, o profissional pode fazer uma cirurgia, enquanto seus alunos acompanham o procedimento em tempo real.
O futuro dos wearables na área da Saúde
A tendência é que a tecnologia avance a ponto de tornar as informações dos wearables mais precisas e confiáveis.
Ao mesmo tempo, os dispositivos serão menores, mais confortáveis e mais baratos. Como isso, mais pessoas terão acesso a tecnologia.
Todavia, isso irá gerar um grande volume de dados para os médicos analisar de modo que os wearable vão ser cada vez mais integrados a outras tecnologias como o Big Data, a Inteligência Artificial e o Machine Learning.
Além disso, a quantidade de recursos para coleta dos parâmetros de saúde irá aumentar. Já existem, por exemplo, alguns dispositivos mais avançados que são capazes de fazer exame de bioimpedância.
Outra tendência é o aumento de wearables na forma de roupas e com funções ainda mais sofisticadas.
Uma prova disso é um projeto em andamento no MIT que está desenvolvendo um tecido com fibras especiais que detectam o movimento do usuário conforme ela toca sua pele.
Como a roupa estará conectada à internet, será possível saber quando a pessoa estiver em pé, sentado, em movimento ou em repouso. O que será muito útil para monitorar pacientes em reabilitação.
A criação dos wearables abriu um horizonte tão grande de aplicações que fica difícil imaginar todas as possibilidades de seu uso na Saúde.
No entanto, ao observar o que já existe, podemos esperar grandes avanços nos próximos anos.
Como você viu, a tecnologia e a saúde estão avançando em conjunto. Por isso, é importante acompanhar esse processo de evolução para avaliar quando é o momento certo para aderir.
Se você gostou deste assunto, explore outras formas de utilizar a tecnologia para melhorar os serviços de saúde.
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Perguntas frequentes:
O que são wearables?
São dispositivos eletrônicos que os usuários podem vestir a fim de coletar informações sobre seus sinais vitais, além de integrar funções comuns dos smartphones.
Como se aplicam os wearables na Saúde?
As aplicações dos wearable na Saúde incluem o monitoramento, supervisão de segurança dos pacientes e apoio aos diagnósticos.
Quais são as vantagens da adoção de wearables?
Acesso às informações sobre a saúde do paciente em tempo real, possibilidade de diagnósticos precoce pela análise de fatores de risco e possibilidade de usar a tecnologia como ferramenta de ensino.