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Por que é importante falar sobre saúde mental na pandemia?

Escrito por feegowclinic | 12 Janeiro 2022

Manter a saúde mental na pandemia é um dos grandes desafios atuais. Alguns especialistas comentam que existe um surto paralelo de problemas psicológicos na população.


Por isso, é essencial que estejamos cientes da importância de abordar esse tema constantemente. 


Neste post, apresentamos um panorama da saúde mental durante a disseminação da Covid-19 e trouxemos algumas dicas de como lidar com os sintomas. 


Continue a leitura para saber mais!


Por que é importante cuidar da saúde mental na pandemia?


Há mais de um ano estamos vivendo um cenário de pandemia. De forma muito abrupta, tivemos nosso cotidiano, hábitos e planos impactados decisivamente com o avanço da Covid-19.


Acima de tudo, o combate à doença nos fez adotar medidas de restrição como o distanciamento social, o home office e em alguns casos até o confinamento.


Além disso, são muitas as notícias sobre a pandemia nas quais o número de infectados e de óbitos aumentam sem parar.


Sendo assim, é impossível não sentir os efeitos psicológicos dessa situação. Isso porque, são muitos os sentimentos com os quais precisamos lidar diariamente: 


  • Solidão;
  • Medo de ser infectado;
  • Medo de perder alguém pela doença;
  • Desesperança;
  • Incerteza em relação ao futuro.


Dessa forma, este cenário iniciou em um período no qual a depressão já era considerada um dos principais problemas de saúde do mundo. Tendo sido classificada como “Mal do Século” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


Portanto, se já era importante cuidar da saúde mental antes da pandemia, agora é uma necessidade.


O impacto da pandemia na saúde mental da população


Estresse


O estresse é uma pressão constante no organismo que o obriga a se adaptar. Porém, quando ele se prolonga demasiadamente pode levar a outros problemas.


Com a pandemia, o estresse foi elevado a níveis altíssimos, principalmente para os profissionais que trabalham na linha de frente do combate à doença.


Sobretudo, neste caso, ele tem causado quadros ainda mais graves, como a Síndrome de Burnout que leva a sintomas como:


  • Esgotamento mental;
  • Insônia;
  • Irritabilidade;
  • Impossibilidade de concentração;
  • Tendência em abusar do álcool e outras substâncias.  


Ansiedade


Houve também aumento nos quadros de ansiedade, no qual a pessoa desenvolve uma apreensão generalizada.


Em suma, este transtorno está muito ligado ao medo que a pandemia gera. Por isso, este quadro pode evoluir para transtornos mais específicos como fobias e síndrome do pânico.


Bem como, muitas pessoas que ficaram muito tempo isoladas estão enfrentando grande dificuldade de sair de casa novamente. 


Além disso, outras pessoas desenvolveram ou tiveram seu quadro de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) agravado pelo medo de serem infectadas pelo vírus.


Depressão


A incidência de depressão também aumentou com a pandemia tanto pelo isolamento quanto pelas perdas de pessoas próximas.


Isso porque o processo de luto, que é tão importante para as pessoas superarem o falecimento de uma pessoa querida, foi muito prejudicado pela pandemia.


Ao passo que, os rituais fúnebres tiveram que ser adaptados, muitas vezes tornando impossível o momento de despedida. 


Transtorno de estresse pós-traumático


O transtorno de estresse pós-traumático é a evolução mais grave de um quadro de estresse causado pela pandemia. 


Ela acontece primordialmente quando a pessoa experimenta a proximidade com a morte, seja de pessoas próximas ou dela mesma.


Nesses casos, a pessoa não consegue retornar à sua vida normal e tem dificuldade de sair de casa, mesmo para tarefas simples como ir ao mercado, por exemplo. 


Como está a saúde mental na pandemia hoje?


De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde no primeiro semestre de 2020, a ansiedade foi o transtorno mental mais recorrente durante a pandemia. 


O estudo mostrou que 86,5% dos entrevistados apresentaram sintomas de ansiedade. Ao mesmo tempo, notou-se uma prevalência de 45% de estresse pós-traumático e 16% de depressão grave.


Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) também realizaram pesquisas neste mesmo período.


Segundo eles, a prevalência dos transtornos mentais se manteve estável no país, entre 20 e 25%. No entanto, isso se deve à diferença em diagnóstico e sintomas.


Embora as doenças mentais não tenham aumentado, os sintomas de ansiedade, depressão e estresse aumentaram significativamente. 


Sendo que 46,4% dos entrevistados apresentaram sintomas de depressão, 39,7% de ansiedade e 42,2% de estresse.


Assim, os dados comportamentais apontados pelas pesquisas mostram um agravamento na busca por escapes nocivos à saúde.


Juntamente com isso, houve um aumento do consumo de drogas ilícitas, álcool, cigarro e medicamentos em 40,8% da população entrevistada.


Quais são os sinais de alerta para buscar ajuda médica?


Todas as pessoas sentiram algum tipo de sintoma mental por causa da pandemia. 


No entanto, quando eles são muito frequentes ou impedem que a pessoa continue realizando suas atividades, então é hora de buscar ajuda médica.


Confira agora alguns dos principais sinais para ficar atento:


  • Insônia;
  • Irritabilidade;
  • Agressividade;
  • Falta de concentração;
  • Alteração abrupta de peso;
  • Consumo de comida em excesso;
  • Abuso de bebidas alcoólicas;
  • Desânimo ou falta de prazer realizar atividades;
  • Perda de memória;
  • Crises de choro;
  • Taquicardia;
  • Sensação de falta de ar;
  • Tensão.


Antes de mais nada, a boa notícia é de que atualmente há inúmeras formas para encontrar a ajuda necessária, como por exemplo a Telemedicina, em que não é preciso nem sair de casa.


Muitos psicólogos e psiquiatras oferecem o serviço de consulta online para atender pacientes à distância.


4 recomendações sobre saúde mental na pandemia


1. Modere as notícias sobre a pandemia


Se manter informado é importante, porém é preciso moderar o consumo de informações. O excesso de notícias sobre a pandemia pode trazer apreensão.


São muitos eventos acontecendo ao mesmo tempo, sendo que muitos deles são difíceis de “digerir”.


Portanto, para não encarar a realidade com desesperança é necessário buscar contrapontos que mostrem que este momento vai passar. 


Uma boa forma de fazer isso é direcionar a atenção para notícias sobre pessoas recuperadas, vacinas, etc.


2. Faça exercícios físicos


Uma das medidas mais recomendadas para manter a saúde mental é a prática de atividades físicas.


Além de manter o corpo saudável, os exercícios ajudam a oxigenar o cérebro e a produzir a serotonina que ajuda a regular o humor.


Existem diversos exercícios que podem ser feitos em casa, mas também vale a pena fazer caminhadas em horários de pouca circulação.


3. Converse com alguém


Além de fortalecer os laços afetivos com pessoas queridas, conversar ajuda a lidar com as emoções.


Muitos dos sentimentos que temos parecem muito piores quando ficam apenas na mente. Ao falar sobre eles, a mente se organiza e deixa mais claro o que estamos sentindo.


4. Tenha uma alimentação saudável


Ter uma boa alimentação é fundamental para manter a saúde mental. Afinal, o cérebro também é um órgão e precisa de nutrientes para funcionar bem.


Uma dieta balanceada é um fator de prevenção contra doenças mentais. Isso porque, a deficiência de alguns nutrientes como a vitamina B12, por exemplo, causam quadros de depressão.


Como orientar os pacientes em relação à saúde mental?


Mesmo que a sua especialidade médica não seja relacionada à saúde mental, oriente seus pacientes neste momento difícil.


Você pode começar deixando claro a importância do autocuidado durante a pandemia. 


Em outras palavras, recomende atitudes saudáveis como: ter uma noite de sono de pelo menos oito horas, além de dicas para a manutenção de uma alimentação balanceada, por exemplo.


Entretanto, se o paciente estiver usando algum tipo de droga lícita ou ilícita, mostre alternativas e ofereça suporte para ajudá-lo a abandonar esses hábitos.


Neste sentido, explore junto ao paciente possíveis atividades que reduzem o estresse.


A meditação, por exemplo, é uma prática reconhecida por tranquilizar as pessoas. No entanto, nem todas as pessoas conseguem meditar por falta de concentração.


Por isso, dependendo das características do paciente, você pode sugerir a adoção de um hobby, leituras ou uma atividade física específica.


Contudo, se você identificar que os sintomas são muito difíceis de lidar apenas com essas recomendações, encaminhe o paciente a um psicólogo ou psiquiatra.


A pandemia nos colocou numa situação muito desafiadora e às vezes é difícil até mesmo seguir as próprias recomendações. 


Por esse motivo, desenvolva um olhar e uma escuta compassiva para conseguir ajudar. 


Pois, cada um reage de maneira diferente e cria seus próprios mecanismos de autopreservação.


Compreender como ajudar cada paciente de acordo com sua individualidade é a melhor forma de orientação. Gostou do conteúdo? Antes de ir embora, baixe os nossos modelos de anamneses com campos editáveis para você ganhar agilidade na sua rotina médica!

Perguntas frequentes:

Por que é importante cuidar da saúde mental na pandemia?

Porque a situação de pandemia é um cenário propício para o surgimento de diversos sintomas mentais e transtornos como ansiedade, depressão e estresse.

Quais são os sinais de alerta para buscar ajuda médica?

Sintomas recorrentes de insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, sensação de falta de ar, crises de choro, pânico, etc. Enfim, todos os sintomas mentais que impeçam a pessoa de manter sua rotina.

Como orientar os pacientes em relação à saúde mental?

Estimulando os pacientes a manter uma rotina de autocuidado realizando atividades saudáveis como exercícios físicos, meditação, descanso adequado, etc.