Ecossistema de saúde digital: como funciona?
O relatório “Estratégia global sobre saúde digital | 2020-2025”, desenvolvido pela OMS, propõe um plano de ação com práticas que consideram as múltiplas oportunidades e benefícios da saúde digital.
Entretanto, antes disso, em 2019, a Organização Mundial de Saúde já havia compartilhado as primeiras diretrizes baseadas em evidências sobre os usos e benefícios da tecnologia na saúde.
Entre um relatório e outro a população mundial precisou, a partir de 2020, enfrentar a pandemia do COVID-19 que acelerou a implementação e a popularização da medicina digital.
No Brasil, por exemplo, mais de 7,5 milhões de atendimentos foram realizados via telemedicina, por mais de 52,2 mil médicos, entre 2020 e 2021, é o que apresenta os dados do relatório, da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital.
Esses números foram impulsionados pelo Programa Conecte SUS a partir da aprovação da Lei 13.989 que dispõe sobre o uso da telemedicina durante a crise causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2).
O recurso deve ser para a promoção da saúde de forma universal e acessível, sendo este um dos principais benefícios da saúde digital.
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O que é saúde digital?
A partir do panorama sobre a transformação digital na saúde, é fundamental entender o que esse termo significa.
A OMS em seu site estabelece que, “A saúde digital pode ajudar a tornar os sistemas de saúde mais eficientes e sustentáveis, permitindo-lhes prestar cuidados de boa qualidade, acessíveis e equitativos”.
Perceba que o objetivo é gerar eficiência, facilitar o acesso, desenvolver novos tratamentos e contribuir para o controle e manutenção da saúde.
Segundo o livro que citamos acima, o conceito de saúde digital é abrangente e inclui diferentes aplicações da tecnologia como:
- Uso da Internet das Coisas (IoT), para criação de dispositivos que permitem a comunicação do usuário com o sistema. Dentro da área da saúde podemos usar como exemplo os smartwatches que controlam dados importantes sobre a saúde de quem usa o aparelho como pressão arterial e batimentos cardíacos informando sobre qualquer alteração. Ainda neste artigo falaremos mais sobre seus benefícios;
- Saúde móvel, atua por meio da criação de aplicativos que facilitam e controlam uma série de aspectos relacionados aos tratamentos dos pacientes, por exemplo, aplicativos de prescrição inteligente;
- Telessaúde ou telemedicina, permite a realização de consultas online para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção da saúde;
- Tecnologia da informação: envolve o processamento, armazenamento e troca de informações e dados, usando isso em busca de melhorar a qualidade dos cuidados, evitar erros, reduzir os custos, aumentar a eficiência administrativa e expandir o acesso a cuidados.
Agora que você já entende o que é, seguimos para a compreensão sobre quais os benefícios da saúde digital.
Quais são os benefícios da saúde digital?
Existe uma lista de benefícios que a saúde digital pode trazer para profissionais e para os pacientes que usufruem desses serviços.
Cada tipo de tecnologia também carrega um conjunto próprio de vantagens. A telecirurgia, por exemplo, facilita a execução de uma série de processos altamente complexos ao usar robôs dotados de inteligência artificial e controlados por médicos especializados.
Esse tipo de uso da tecnologia reduz as taxas de erro, permite a execução de procedimentos em áreas muito delicadas e outros benefícios como:
- Redução da necessidade de deslocamento de pacientes, que conseguem atendimento do seu médico em diferentes locais do mundo;
- Redução de problemas como tremor cirúrgico fisiológico;
- Aumento na habilidade em manobras complexas ao redor das veias;
- Redução no percentual de tecidos danificados;
- Maior precisão cirúrgica e mais.
Já a prescrição digital apresenta outro conjunto de benefícios como o aumento da adesão ao tratamento por parte do paciente.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Dallas, no Texas (EUA), a tecnologia para prescrição reduziu o percentual de não adesão a tratamentos de 31,5% para 15,2%.
A consequência disso são melhores índices de recuperação e cura em pacientes com diferentes diagnósticos.