Se você é um médico generalista, então apostar na promoção da Saúde da Família na sua clínica é uma ótima estratégia de atendimento.
Isso porque trata-se de um serviço personalizado e totalmente centrado na pessoa. O que traz inúmeros benefícios para a saúde dos seus clientes uma vez que o propósito é evitar os agravos à saúde, em vez de tratar doenças já instaladas.
Esta estratégia faz parte da principal política de saúde pública do Ministério da Saúde, mas também encontra adesão em operadoras de planos de saúde.
Se você deseja conhecer mais sobre o assunto para promover esta estratégia em sua clínica, então continue a leitura e confira os quatro passos para implementar um programa de Saúde da Família!
É uma abordagem da atenção primária à Saúde em que uma equipe multiprofissional faz o acompanhamento da saúde de famílias ao longo do tempo.
Para isso, a equipe emprega medidas preventivas e de promoção da saúde, e também presta assistência quanto aos agravos e doenças frequentes.
A principal característica dos cuidados com a Saúde da Família é o foco nas pessoas mais do que nos problemas. Ou seja, trata-se de criar um vínculo com os pacientes que se mantém ao longo do tempo.
Com isso, os pacientes e os profissionais formam uma parceria em que as duas partes são co-responsáveis na resolução dos problemas de saúde. Isso quer dizer que existe um processo educativo envolvido neste tipo de atenção. Isto é, cabe ao médico explicar e dar acesso às informações necessárias para o empoderamento dos pacientes.
Por outro lado, os profissionais são capazes de oferecer um atendimento personalizado, pois conhecem mais profundamente as características sociais e epidemiológicas de seus pacientes.
Este conhecimento é fundamental para compreensão dos riscos e criar hipóteses diagnósticas mais precisas, além de um encaminhamento mais assertivo aos outros níveis de atenção.
A Saúde da Família é o objeto mais importante da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) que está passando por uma reestruturação dos serviços de saúde a partir de novas diretrizes.
Até então, a PNAB se desenvolveu para aproximar a assistência à saúde das pessoas por meio da descentralização e da capilaridade do SUS.
Trata-se, portanto, de um esforço em garantir a instalação de Unidades Básicas de Saúde (UBS) perto de onde as pessoas moram, trabalham e estudam.
Contudo, as diretrizes da PNAB direcionam o foco da Atenção Básica à Saúde (ABS) na Família rompendo os limites das UBS e chegando aos domicílios das pessoas.
A revisão dessas diretrizes ocorreu em 2017 com a Portaria nº 2.436 do Ministério da Saúde. Como resultado, a família passa a ser o pilar que fundamenta a forma de atuação e organização dos serviços médicos.
Ou seja, mais do que delimitar geograficamente as ações da Atenção Básica à Saúde, o ambiente onde as pessoas vivem deve ser um espaço de construção de relações que melhorem a sua qualidade de vida.
Na prática, isto significa humanizar os cuidados por meio de um relacionamento mais próximo entre profissionais da saúde com a população. Deste modo a família se torna o núcleo básico do atendimento.
A Estratégia Saúde da Família possui um efeito positivo na frequência escolar de crianças na fase da pré-escola e no indicador de alfabetização.
A pesquisadora Maria Clara Mancilha mostrou evidências disso em sua dissertação de mestrado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
De acordo com a pesquisa que acompanhou crianças de diferentes idades em todo o Brasil, a ESF resulta em um efeito indireto no número de matrículas em creches, na pré-escola e no desempenho na Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA).
Isso mostra que o programa impacta mais do que os índices de saúde, contribuindo para a educação infantil em uma das fases mais importantes para:
Dessa forma, percebemos a potencialidade dessa estratégia em integrar de forma organizada medidas de conscientização dos pais sobre a importância dos cuidados na primeira infância.
Por isso, é fundamental que as políticas públicas funcionem de modo integrado para desenvolver iniciativas multissetoriais. Ou seja, criando uma atuação conjunta entre os campos da Saúde, Educação e Assistência Social.
A principal característica da Estratégia Saúde da Família é o vínculo longitudinal do cuidado. Isto significa que as equipes acompanham os usuários ao longo do tempo.
Esta equipe deve ser composta por diversos profissionais para garantir uma atenção integral à Saúde da Família. Sendo assim a formação da equipe deve incluir, obrigatoriamente:
Além desses profissionais, a equipe ainda pode contar com um cirurgião dentista e um técnico em Saúde Bucal.
A implantação da Estratégia Saúde da Família prevê que cada equipe deverá ser responsável por no máximo 4 mil pessoas.
A definição desse número deve considerar o grau de vulnerabilidade das famílias daquela localidade.
Isto é, quanto mais vulnerável for a população do local, menor deve ser a quantidade de pessoas por equipe.
As condutas médicas acontecem não apenas nas UBS da região onde as famílias moram, como também em seus domicílios e em outros espaços públicos como escolas e associações.
A principal contribuição é diminuir a pressão nos hospitais públicos por meio da descentralização dos cuidados. Em síntese, com uma assistência mais próxima da população, eliminando a ideia de tratar os pacientes apenas quando eles estão doentes.
Desse modo, a estratégia da Saúde da Família deve educar as pessoas sobre os cuidados preventivos, bem como sobre o itinerário correto de atendimento.
Ou seja, diante de um problema de saúde, o paciente precisa se dirigir primeiramente à uma UBS para esse atendimento. Dessa forma, os profissionais realizam o encaminhamento a um especialista, conforme a necessidade.
Isso porque, em muitos casos os pacientes pulam esta etapa passando diretamente para uma Unidade de Pronto Atendimento.
Esta abordagem resulta em uma diminuição dos gastos com a saúde, pois custos direcionados à prevenção e promoção da saúde são muito menores do que aqueles gerados nos tratamentos.
Confira a seguir as principais atividades de uma equipe de Saúde da Família:
Cada membro da equipe possui atribuições específicas de acordo com sua especialidade. Você pode conferi-las a partir da página 46 da Política Nacional de Atenção Básica.
Até agora, falamos sobre a Saúde da Família no âmbito do SUS, contudo esta estratégia pode fazer parte dos serviços de sua clínica.
É claro que haverá diferenças na implementação, uma vez que os serviços públicos possuem equipes para realizar esse atendimento. No caso de uma clínica, esse movimento acontece de forma inversa, são os clientes que buscam a atenção à Saúde da Família.
Logo, em um primeiro momento será preciso divulgar a disponibilidade deste serviço em sua clínica ou aderir a uma operadora de planos de saúde.
Após esta fase inicial, a promoção da Saúde da Família acontece em 4 passos:
O paciente busca o atendimento de um clínico geral na atenção primária em que a maioria dos problemas podem ser resolvidos sem o encaminhamento a um especialista.
A partir deste primeiro contato, você pode incentivar as consultas de retorno e os exames de rotina, assim como oferecer as informações sobre prevenção e autocuidado.
Nesta fase, você estabelece um vínculo com o paciente para que ele receba uma atenção contínua ao longo do tempo. Aqui a tecnologia será de grande ajuda para aumentar o alcance do seu atendimento.
Afinal, existem diversos recursos de atendimento à distância, como as consultas online e os dispositivos de telemonitoramento.
Na terceira etapa, o cliente já está a algum tempo recebendo o seu atendimento e fazendo os exames de rotina.
Desse modo, você já construiu um histórico clínico e já é capaz de encaminhar o paciente a especialistas conforme a necessidade.
Esta etapa consiste, quando o médico da atenção primária atua na coordenação dos cuidados dos outros níveis de atenção.
Ou seja, na qual o paciente precisa de um encaminhamento a um especialista, o responsável por coordenar os procedimentos junto à equipe é o médico da família.
Portanto, promover a Saúde da Família em uma clínica, além dos cuidados preventivos é também um processo preciso de triagem. O que resulta em desfechos clínicos mais positivos.
É impossível falar do futuro sem pensar em tecnologia. Afinal, as inovações da área da Saúde apontam para uma direção em que a análise de dados cumpre um papel cada vez mais importante nos cuidados médicos.
Recursos como o Prontuário Eletrônico, Telemedicina, Big Data e Inteligência Artificial estão sendo amplamente utilizados para realizar diagnósticos mais precisos e prevenir doenças.
Assim, é natural que a Saúde da Família integre estes recursos para a prevenção de doenças.
Com as informações dos pacientes centralizadas em um Prontuário Eletrônico, o médico da família consegue avaliar os riscos e definir medidas de prevenção personalizadas.
Ao mesmo tempo, o Big Data associado à Inteligência Artificial é capaz de mapear e revisar um grande volume de dados para prever doenças genéticas, por exemplo.
Já a Telemedicina está em franco crescimento para um acompanhamento mais próximo dos pacientes, não só para resolver problemas como para orientar e educar os pacientes à distância.
A tendência é que essas tecnologias sejam cada vez mais disseminadas no futuro, juntamente com o propósito de mudar a nossa cultura em relação aos cuidados com a saúde.
Neste sentido, as mais promissoras são aquelas voltadas para a Saúde Digital, pois trata-se de aproveitar um movimento de interconectividade que já está em curso há um bom tempo. Se você está pensando em promover a Saúde da Família por meio da tecnologia, então clique aqui e conheça os recursos que o nosso software para clínicas oferece!
É uma abordagem da atenção primária à Saúde em que uma equipe multiprofissional faz o acompanhamento médico das famílias, tanto na assistência como nas medidas de prevenção de doenças.
Diminuindo a pressão nos hospitais públicos por meio da descentralização dos cuidados e de uma assistência mais próxima da população, eliminando a ideia de tratar os pacientes apenas quando eles estão doentes.
Estimulando as consultas de retorno, os exames de rotina e promovendo as informações sobre autocuidado por meio de um serviço de acompanhamento contínuo da saúde de seus pacientes.