A sala de situação em Saúde é um conceito central no planejamento estratégico da gestão pública em Saúde.
Ela envolve uma equipe multidisciplinar de profissionais que acompanham a situação de saúde de uma população por meio de indicadores e análise de informações.
Desse modo, o processo de tomada de decisão acontece com o suporte de dados obtidos em tempo real para que as medidas sejam implementadas de acordo com a sua prioridade.
Continue a leitura deste texto para entender como funciona este importante instrumento do setor de Saúde!
É um espaço físico e virtual onde um conjunto de gráficos e planilhas reúnem informações sobre a saúde de uma determinada população. Estes dados vêm de múltiplas fontes e possuem características diversas que permitem conhecer as demandas por serviços médicos.
Trata-se de um método de planejamento em que os gestores de saúde devem garantir uma cobertura de qualidade sobre os dados de saúde.
A expressão “Sala de Situação” surgiu no setor militar para classificar as atividades de um grupo de pessoas que fazem o monitoramento de situações de perigo em que o fator tempo é crucial.
Estes indivíduos se reuniam em uma sala para discutir a situação, analisar os dados da guerra para tomar as melhores decisões.
A primeira vez que o termo foi utilizado no contexto da gestão governamental foi em 1977 com as publicações do pensador chileno, Carlos Matus vinculado à Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
Em seus estudos, o autor utilizava o conceito de Sala de Situação como ponto central no planejamento estratégico da gestão pública para ampliar a capacidade das ações governamentais.
Sua aplicação na Saúde parte deste mesmo princípio, associando-se a visões filosóficas sobre a liberdade humana, a produção social e o papel dos governantes e governados.
A sala de situação em saúde é um processo que articula, basicamente quatro tipos de funções:
A atuação desses grupos de trabalho contribui para reduzir as incertezas nos processos decisórios durante o planejamento estratégico da gestão em saúde. Isso porque, seu trabalho possibilita realizar projeções e inferências setoriais.
O processo também aumenta a transparência das ações que o setor de saúde desenvolve, permitindo que a sociedade civil fiscalize a atuação dos gestores.
No Brasil, o Ministério da Saúde realiza estas atividades oficialmente a partir da Sala de Apoio à Gestão Estratégica (Sage).
No portal da Sage, todos os cidadão podem acessar as informações coletadas e processadas por esta sala de situação.
Lá você encontra, por exemplo, uma página dedicada ao acompanhamento da COVID-19 no país, com gráficos e tabelas sobre casos confirmados, recuperados e óbitos em todas as regiões.
De acordo com o modelo proposto por Carlos Matus, existem quatro etapas para o planejamento em uma sala de situação.
Contudo, o autor prefere chamar se referir às etapas como momentos, pois elas não se encerram ao longo do processo. Ao contrário, cada momento está em constante interação com todos os outros.
Sendo assim, o planejamento estratégico situacional se organiza a partir dos seguintes momentos:
É quando os gestores e a equipe de planejamento identificam os problemas e definem quais deverão ser enfrentados primeiro de acordo com a prioridade.
Trata-se do momento em que se explica como esses problemas se manifestam e quais suas causas e consequências.
Aqui a equipe define quais os resultados esperados no enfrentamento dos problemas que foram identificados no momento explicativo.
Em seguida, eles estabelecem quais são as operações e ações que devem ser implementadas para alcançar esses resultados, além dos recursos necessários para isso.
No momento estratégico, a equipe analisa o grau de dificuldade e a viabilidade em realizar as ações definidas no momento anterior.
Depois disso, busca-se as estratégias para criar as condições necessárias para que as ações sejam viáveis. Por exemplo, persuasão, negociações, uso da autoridade e até mesmo o confronto, dependendo do caso.
Por fim, o plano começa a ser executado, concretizando as ações definidas nos momentos anteriores.
Este estágio também inclui o monitoramento e avaliação do planejamento para descobrir sua efetividade.
De acordo com o modelo que apresentamos anteriormente, a análise de informações em uma sala de situação acontece, principalmente, no momento explicativo.
Sendo assim, a equipe processa dados estatísticos sobre a saúde da população de uma determinada região.
Estes dados são coletados em diferentes sistemas de informação, como prontuários eletrônicos e registros de saúde.
Por exemplo, os profissionais percebem um aumento súbito nos números de um determinado indicador.
Digamos que este indicador seja a prevalência da síndrome respiratória aguda grave. Analisando essas informações, eles concluem que estão diante de uma epidemia, como aconteceu no caso da COVID-19.
A partir daí, a equipe passa a interpretar as informações para entender as causas desse problema, suas consequências e a forma como a doença se espalha.
Assim, os gestores de saúde elaboram um plano para orientar as ações de controle da doença.
No nosso exemplo, a causa é a disseminação do Novo Coronavírus; as consequências são os altos níveis de mortalidade e a superlotação dos leitos hospitalares, entre outras.
Já as ações de controle são as medidas de distanciamento social, os protocolos de higienização das mãos e o uso de máscaras.
O conceito de sala de situação em saúde, como podemos ver possibilita um modelo de planejamento mais flexível, pois ele se adapta de acordo com as necessidades e demandas da população.
A reflexão sobre este assunto nos mostra a importância da gestão em saúde para o bem estar da população.
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É um espaço físico e virtual onde um conjunto de gráficos e planilhas reúnem informações sobre a saúde de uma determinada população com o objetivo de conhecer as necessidades e demandas por serviços médicos.
Coleta e processamento de dados para produzir planilhas de indicadores e gráficos sobre a situação da saúde da população; análise e comparação desses dados; avaliação dos problemas encontrados, intervenções e tomada de decisão e divulgação das informações.
Acontece em quatro momentos que interagem entre si durante todo o processo. Eles são o explicativo em que se explica o problema; o normativo para estabelecer as metas e o plano; o estratégico que avalia a viabilidade do plano e o tático que é a concretização do planejamento.