A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou na segunda quinzena do mês de maio um aumento significativo no valor dos planos de saúde, de 15,5%. Com isso, o reajuste do plano de saúde, em 2022, representa a mais alta correção já registrada na história, desde seu início nos anos 2000.
De acordo com dados da própria agência, antes dele o maior reajuste havia sido de 13,57%, em 2016.
A seguir, trouxemos informações relevantes sobre o reajuste do plano de saúde para 2022. Você também entenderá o porquê da nova alíquota, como ele é aplicado e como impacta o valor final dos planos.
O reajuste dos convênios médicos será aplicado em planos que fazem aniversário entre o mês de maio deste ano até abril de 2023. Ele é válido para todos os planos de saúde individuais e familiares médico-hospitalares que tenham sido contratados após janeiro de 1999.
No entanto, aqueles que foram adaptados à nova lei (9.656/98) também figuram aqui. Você pode aproveitar para conhecer mais sobre a legislação aplicada aos planos de saúde clicando aqui.
O reajuste plano de saúde 2022 tem como base de cálculo alguns critérios. São eles:
A seguir, entenda o que motivou um reajuste plano de saúde 2022 tão elevado.
Durante a pandemia, foi observada uma diminuição expressiva na utilização de serviços médicos. Afinal, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde do Brasil era de que consultas que não fossem emergenciais ou emergenciais fossem deixadas para o momento pós-pandemia. Assim, as chances de contaminação com o novo coronavírus eram menores.
E assim aconteceu. Em 2021, a queda no uso desses serviços, motivada pelo adiamento de exames, cirurgias e consultas no geral, fez com que o reajuste ANS fosse de -8,19%.
Segundo a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), essa diferença entre 2021 e o reajuste de plano de saúde 2022 se dá principalmente por esse motivo. Afinal, com a retomada da procura por esses serviços de saúde, as despesas médicas voltaram a subir de maneira expressiva.
“O que aconteceu esse ano foi uma comparação partindo de base baixa, agravado pelos procedimentos represados pela Covid de 2020 para 2021”, diz Renato Casarotti, presidente da Abramge em entrevista ao G1. Para ele, “olhando para o biênio de pandemia, é como se tivéssemos dois reajustes de aproximadamente 3%”.
A ANS reforça esse argumento em nota oficial:
“Em 2020, com a redução da frequência de utilização, a ANS definiu um reajuste negativo inédito, de -8,19%. Em 2021, com a retomada gradativa da utilização dos serviços de saúde e o aumento dos custos no setor, o índice autorizado retratou esse aumento de despesa. Ressalta-se ainda que os custos sofreram a influência do maior período inflacionário desde 2003.
Sendo assim, o reajuste acumulado de 15,5% em 2022 com o reajuste de -8,19% em 2021 equivale ao aumento de 2,97% por ano nesses dois anos de pandemia de Covid-19”.
A seguir, vamos entender melhor como esses fatores impactam no reajuste do plano de saúde 2022.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), dois fatores impactaram fortemente o valor final do reajuste para planos de saúde, em 2022.
O primeiro diz respeito aos índices de inflação. Em suma, a inflação chegou a 11,73% no acumulado dos últimos 12 meses, trazendo alta em insumos como vestuário, alimentação, educação, transporte e outros. Com isso, os serviços de saúde não passaram batido.
O segundo fator que motiva o reajuste do plano de saúde 2022 é a variação elevada em despesas com saúde. Isso porque os custos de insumos, equipamentos, serviços e produtos médicos também aumentaram de maneira expressiva.
Elas são ainda somadas à maior frequência na utilização do plano observada desde o início da vacinação contra covid-19 e incorporação de novas tecnologias ao radar da saúde privada.
A metodologia utilizada pela ANS envolve pesquisas robustas, além de discussões com a sociedade e o setor. Ao final, o Índice de Reajuste dos Planos Individuais (IRPI) é combinado ao Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA) e, por fim, somado ainda ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
É importante ressaltar que os dois primeiros índices têm maior peso. Isso porque eles incidem em despesas assistenciais (como para realização de exames e consultas) e de atendimento ao beneficiário.
Já o IPCA incide sobre os custos não assistenciais, como os gastos de origem administrativa, por exemplo. A fórmula final é 80% de peso do IVDA + 20% do IPCA.
Por fim, é também importante ressaltar que a fórmula do IVDA considera também a Variação da Receita por Faixa Etária (VFE) e o Fator de Ganhos de Eficiência (FGE) para ser calculado.
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Sim. O reajuste é de 15,5% e representa o mais alto desde o início da série histórica, em 2000. Ele é vigente para planos de saúde familiares e individuais.
O reajuste tem como objetivo conter o aumento expressivo dos serviços, equipamentos, insumos e produtos médicos. Além disso, também sofre forte influência da alta inflação.
Muitos índices são utilizados até chegar ao cálculo final do reajuste de convênios médicos. Eles consideram principalmente a alta dos insumos e equipamentos de saúde somados ao aumento da inflação.