O que faz o médico infectologista e em quais doenças é especializado?
Escolher estudar medicina é um passo muito importante para seu caminho profissional. Após formado, outro caminho ainda mais importante surge, a escolha de uma especialização médica, como a infectologia. Afinal, o que faz o médico infectologista e em quais doenças é especializado?
Como o próprio nome sugere, o médico infectologista é o responsável por cuidar de doenças infecciosas. Além do diagnóstico, é responsável pelo desenvolvimento de tratamentos e de planos de prevenção. O especialista dessa área teve e ainda tem grande importância no combate contra a pandemia da COVID-19.
Entender como acontece a rotina do dia a dia de um infectologista e quais áreas contemplam a especialização, são os primeiros passos na decisão de seguir esse caminho. Outros passos devem ser levados em conta como as dificuldades enfrentadas, sua importância ao longo da pandemia e o que esperar do cenário pós-pandemia.
Para ajudar nessa caminhada de escolha, preparamos neste post, as principais informações sobre essa especialidade da medicina. Leia com atenção e decida se esse é o seu caminho.
Um breve contexto da área do médico infectologista
Desde a Idade Média já se suspeitava de que existia algo capaz de transmitir doenças de uma pessoa para a outra e até mesmo de animais ou plantas. As suspeitas foram se confirmando conforme iam surgindo doenças que matavam diversas pessoas de um mesmo lugar, as epidemias.
Os surgimentos do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), despertaram o interesse por pesquisas sobre doenças infecciosas. Além dessas, outras doenças ganham destaque de preocupação, ao longo dos anos, e a necessidade de estudos mais específicos aumenta.
A grande preocupação em relação às doenças infecciosas, é a falta de conscientização da população em alguns momentos. Por isso que o profissional da área de infectologia precisa desenvolver planos de conscientização e orientação, junto com outros agentes de saúde, enfatizando a necessidade de utilização de certos métodos, como a vacina.
Celebramos o Dia do Infectologista, aqui no Brasil, em 11 de abril. A data foi escolhida em homenagem ao infectologista Emílio Ribas, que se tornou um importante profissional no nosso país. Ele se dedicou aos cuidados de pacientes acometidos por doenças infecciosas.
Com a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), os especialistas desta área ganharam ainda mais destaque. Tornando-se os protagonistas do combate a esse vírus que se espalhou em escala global. Acompanhados de outros especialistas e pesquisadores.
Em quais ramos o médico infectologista pode se especializar?
O infectologista é o responsável por cuidar de pacientes que apresentam quadros infecciosos causados por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, o infectologista compreende as seguintes especialidades:
- Infecção sexualmente transmissível;
- Infecção hospitalar/resistência antimicrobiana;
- Zoonoses e arboviroses;
- Imunizações.
Pode-se dizer que o infectologista atua em três esferas de especialidades: saúde pública, hospitalar e ambulatorial. E esse é um ponto interessante, uma vez que ele tem a opção de escolher se especializar em uma única área ou não.
Entre as opções encontram-se: controle de infecção hospitalar, infectologia hospitalar, infectologia na saúde pública, pacientes imunossuprimidos e infectologia ambulatorial.
Há também a medicina tropical, este campo foi desenvolvido devido à grande demanda de turismo. Conhecida também como medicina do viajante, a categoria foi criada na Europa. Visa estudos relacionados com a prevenção de importação e/ou exportação de doenças.
Já tem um tempo que viagens para alguns países exigem que a pessoa comprove que tomou determinadas vacinas. Com o cenário pandêmico da COVID-19, além da comprovação de vacina é necessário apresentar um teste negativo do vírus. Essa situação originou os testes para Covid em aeroportos.
O que é preciso para se tornar um médico infectologista?
Sempre que há interesse em estudo de uma especialidade médica, se torna necessário atender um período entendido como residência médica. Assim, para se tornar infectologista, o médico precisa aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto. A residência de infectologia dura em média 3 (três) anos.
Para ingressar na residência é necessário possuir registro médico. O Brasil conta com dezenas de programas de residência credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNMR) juntamente com o Ministério da Educação (MEC).
Basicamente, para se tornar um médico infectologista é preciso ser formado em medicina, possuir o registro médico e escolher a Pós-Graduação em Infectologia. Depois, pesquisar nas instituições de ensino o programa que mais se encaixa com seus objetivos e iniciar seus estudos.
Após a conclusão da residência, o profissional, já especializado, deve escolher que caminho seguir. Se irá atuar em sua própria clínica, ou trabalhará em hospitais, ou em consultórios. Caso escolha ter seu próprio lugar, torna-se necessário o entendimento sobre gestão de clínicas e como funciona o processo de divulgação, entrada no mercado, etc.
Como é o dia a dia de um médico infectologista?
O profissional especializado em infectologia atua tanto em consultórios como em clínicas e/ou hospitais. Sua rotina envolve a realização de diagnósticos, o tratamento de pacientes com infecções e atuação em ações preventivas. Estudos e orientações relacionados com a vacinação também fazem parte da rotina.
Um paciente dificilmente vai chegar em um médico infectologista de forma direta, antes ele vai passar por um clínico geral ou um especialista na área afetada. Não é uma regra, mas é o que acontece na maioria das vezes, há casos em que a pessoa vai querer ir diretamente até o infectologista.
Doenças infecciosas vem apresentando-se como maiores causas de consultas médicas ambulatoriais e em prontos-socorros. No ambiente hospitalar, todos devem seguir protocolos de segurança extremamente rígidos. E na equipe responsável por esses protocolos, deve haver pelo menos um médico infectologista.
Faz parte do cotidiano desse especialista a ciência de que será o primeiro chamado em casos de novas doenças. Classificam-se como novas doenças aquelas que as causas, o tratamento e as formas prevenção e proliferação ainda não são conhecidas.
Apesar de já ser muito conhecido, por conta do desenvolvimento de vacinas, orientações e planos de prevenção e contenção de algumas doenças (H1N1, por exemplo). O infectologista ganhou grande evidência no mundo, a partir do início da pandemia da COVID-19. Em que precisou atuar com seriedade e rapidez diante de todas as dificuldades.
Durante a pandemia
A primeira necessidade que surgiu, foi entender como a transmissão do vírus ocorria. Pois a criação de ações de combate dependiam desses resultados. Mesmo com os estudos acelerados e as pesquisas, não houve tempo hábil para contenção da escala global do coronavírus.
Os países não estavam preparados para a forma como a contaminação se alastrou. Além deste, outros desafios surgiram rapidamente, como a necessidade de financiamentos para pesquisas, o desenvolvimento de testes e distribuição. O esquema vacinal não possuía ampla cobertura imediata, demorando para a imunização ocorrer em todas as faixas.
Campanhas de conscientização da população precisaram ser criadas. E mesmo com infectologistas dando orientações com bases científicas, muitas pessoas ainda apresentam resistência para entender a gravidade da situação.
Diante disso, a grande dificuldade na rotina do médico infectologista é promover orientações de combate aos vírus, emergentes e reemergentes. Fazer com que a população entenda a importância dos cuidados a partir da conscientização. E ainda se preocupar em esclarecer possíveis fake news que surgem em grande escala.
Quais doenças são tratadas pelo médico infectologista?
As doenças contraídas através de infecções, ocorrem por quatro vias: oral, respiratória, sexual e sanguínea. São microrganismos que estão presentes em várias superfícies, assim como no ar e na água. Esses microrganismos acabam entrando em contato com o corpo humano e tomando como hospedeiro.
Você conhece as doenças que são tratadas pelo infectologista? O Ministério da Saúde listou, em um guia de bolso, quase 70 doenças consideradas infecciosas, entre elas: sarampo, dengue, influenza, malária, tuberculose, hepatites (A, B, C, D e E), etc. Com o avanço da ciência, muitos remédios e vacinas foram desenvolvidos para o combate de algumas doenças.
Existem alguns quadros com as principais doenças infecciosas, que se dividem em quatro. As doenças transmissíveis com tendência declinante, que apresentam queda em sua transmissão ao longo dos anos em que são estudadas. Entre elas destacam-se a varíola, o sarampo, a poliomielite, a coqueluche, a peste, etc.
As doenças transmissíveis com quadro de persistência se apresentam com altas taxas de distribuição, e podem evoluir para quadros mais graves. Podemos citar as hepatites virais, com ênfase nos tipos B e C, as meningites, a tuberculose, a malária, a febre amarela, etc.
Os quadros envolvendo doenças transmissíveis reemergentes, como o próprio nome sugere, possuem uma maior incidência no decorrer dos anos. Acontece com doenças já conhecidas, reemergentes, que, aparentemente, estavam controladas e que de modo repentino possuem aumento nos casos.
E as doenças transmissíveis emergentes são infecções que surgem e rapidamente se espalham por um grande território, tendo casos de incidência global. Entre essas, destacam-se a Covid-19, cenário atual em que o mundo se encontra, dengue, a cólera, a influenza A (H1N1), a AIDS (HIV), etc.
É provável que já tenha ouvido falar em quase todas as que mencionamos, algumas se apresentam em um cenário mais comum, como dengue e influenza. O papel principal do médico infectologista não é só fornecer o diagnóstico de doenças causadas por infecções. Seu papel também inclui pesquisas de prevenção, tratamentos, vacinas, etc.
Quais os principais desafios da área no pós-pandemia?
Não há dúvidas que a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) se tornou o maior desafio de todos para cientistas e especialistas da área da saúde. O cenário global foi assustador e cheio de incertezas. Pesquisas que normalmente levariam em média 5 (cinco) anos para serem concluídas, precisaram de resultados em meses.
Estudos e desenvolvimentos de vacinação precisaram ocorrer em tempo recorde, bem como campanhas de imunização. O que essa situação deixa de desafios para os profissionais da saúde? Principalmente os infectologistas e pesquisadores de doenças infecciosas?
Os principais desafios para a área de infectologia, diante do pós-pandemia envolvem maior compreensão de como ocorrem as interações entre os microrganismos que causam infecções e os hospedeiros. Buscando métodos para prevenir a evolução e a taxa de transmissão de certas doenças.
A atenção para fatores envolvendo contextos ambientais, climáticos, culturais e sociais deve ser redobrada. Assim o médico poderá ter uma visão mais ampla entre os agentes transmissores das doenças e a influência de certas condições.
Estudos, com maior concentração, voltados para o sistema imunológico devem se tornar ainda mais recorrentes. Os vírus tendem a se adaptar às mudanças no corpo do hospedeiro, assim, as pesquisas devem evoluir pensando em todas as possibilidades.
Atendimentos virtuais e a telemedicina
Um fator que se tornou recorrente, não só na área médica, diz respeito aos atendimentos virtuais, a telemedicina. A nova modalidade de atendimento foi autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Claro que nem todas as áreas da saúde contemplam essa nova forma de atendimento.
Existem especialidades que necessitam de atendimentos presenciais, de análises mais aprofundadas e recursos que apenas um consultório, clínica ou hospital possui. O que vem sendo feito é o atendimento inicial de forma remota e a solicitação de exames e após isso a consulta presencial é agendada.
Outro grande desafio para os infectologistas está voltado para pesquisas e análises relacionadas com o microbioma do ser humano. Esse "órgão", como alguns cientistas vêm nomeando, quando equilibrado, se torna aliado na prevenção de doenças. Porém, seu desequilíbrio pode provocar o desenvolvimento de várias doenças.
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Perguntas frequentes:
Em quais ramos o médico infectologista pode se especializar?
O infectologista pode se especializar em infecções sexualmente transmissíveis, hospitalares/resistência antimicrobiana, zoonoses, arboviroses e imunizações.
O que é preciso para se tornar um médico infectologista?
É necessário estar formado em Medicina e possuir o registro médico. Com isso, escolher a instituição com o programa de residência que mais te interessa e fazer sua inscrição.
Quais os principais desafios da área no pós-pandemia?
Entre os principais desafios está a necessidade de maiores pesquisas voltadas para o sistema imunológico, bem como em relação à prevenção da evolução de vírus já existentes.