07 Abril 2022

Como funciona o dia a dia do médico ginecologista?

A medicina possui cenário profissional com um vasto leque de possibilidades de trabalho, pois são 55 especialidades reconhecidas, sem contar as subespecialidades.


Diante de um cenário tão abrangente, é natural que muitos médicos não acertem a escolha de primeira. 


Afinal, são muitos os fatores que influenciam nesta decisão, como estilo de trabalho, interesses pessoais, oportunidade de trabalho, afinidade com um público específico, etc.


Se você está passando por esta fase de escolher outra especialidade e tornar-se um médico ginecologista está entre suas opções, então este texto é para você!


Continue a leitura para reforçar o que você já sabe sobre a especialidade em Ginecologia e Obstetrícia, além de conferir informações e reflexões importantes sobre a atuação desse profissional.


O médico ginecologista deve ser o clínico geral da mulher?


A ideia de que o médico ginecologista deve ser o clínico geral da mulher está cada vez mais perto de se tornar um consenso na comunidade médica.


Esta recomendação é enfatizada no capítulo 48 do livro Ginecologia Clínica, organizado pelo  Prof. Dr. Geraldo Rodrigues de Lima.


Os autores deste capítulo mostram que a proposta do ginecologista ser também o médico generalista da mulher encontra respaldo em estudos empíricos realizados em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil.


As evidências mostram que o ginecologista é o único profissional consultado com maior regularidade, atendendo a mulher em diversas faixas etárias.


Dessa forma, ele é capaz de rastrear doenças e atuar como orientador sobre os diversos aspectos da saúde.


Portanto, o médico ginecologista tem a oportunidade de prevenir as morbidades e promover a saúde da mulher de forma integral.


Além disso, este especialista é capaz de tratar muitas doenças e comorbidades que se agravam sobretudo no período do climatério, como o sobrepeso, obesidade e alterações endócrinas.


Independentemente da idade da paciente, mas com maior ênfase após a menopausa, o ginecologista pode rastrear problemas, como:


  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Demências;
  • Dislipidemias;
  • Câncer de mama, dos genitais e do cólon;
  • Osteoporose;
  • Entre outros.


O ginecologista pode tratar grande parte dessas doenças e encaminhar os casos mais complexos a outro especialista, atuando como um clínico geral da saúde da mulher.


A partir de qual idade é indicado o médico ginecologista?


De acordo com o Committee on Gynecologic Practice N. 460, a primeira visita ao ginecologista deve ser realizada entre os 13 e 15 anos a fim de que a adolescente receba orientações sobre a atividade sexual e métodos contraceptivos.


Na primeira consulta, não é necessário fazer o exame ginecológico, com exceção de casos em que a adolescente apresente alguma queixa de sintomas que indiquem a presença de uma doença ginecológica. 


Se este não for o caso, a literatura médica sugere que o primeiro exame seja realizado por volta dos 20 anos. 


A partir de então, o exame deve ser feito a cada 12 meses, conforme a recomendação do Committee on Gynecologic Practice N. 534. 


Assim, as visitas ao ginecologista e os exames de rotina devem continuar enquanto a mulher estiver saudável até quando ela desejar.


Quais são as perguntas mais frequentes em um atendimento clínico de um ginecologista?


Se você pretende atuar como ginecologista, então deve estar preparado para responder algumas perguntas que as pacientes costumam fazer. 


Abaixo, você confere as principais delas junto a uma sugestão de resposta:


É preciso tomar anticoncepcional?


Isso é uma decisão da mulher, então caso não queira, ela não é obrigada. Contudo, se ela não deseja engravidar, recomenda-se utilizá-los, pois os anticoncepcionais são mais eficientes do que os preservativos para evitar uma gravidez não planejada.


Qual o melhor método contraceptivo?


Não existe o melhor método contraceptivo, mas sim aquele que melhor se adapta ao perfil da paciente. 


Por isso, antes de recomendar um contraceptivo hormonal, o ginecologista deve investigar se existe alguma contraindicação de acordo com fatores, como:


  • Histórico familiar de trombose e câncer de mama;
  • Histórico pessoal de hipertensão;
  • Presença de doenças hepáticas;
  • Hábitos da paciente;
  • Dor pélvica.


A partir dessas informações, o profissional seleciona os métodos mais adequados e a escolha é feita em conjunto com a paciente.


É normal sentir dor durante o sexo?


Em alguns casos, a dor pode ser causada pela falta momentânea de lubrificação, porém ela deve ser considerada um sinal de alerta se acontecer com frequência.


Isso porque, a dor durante a relação sexual pode indicar a presença de disfunções, como:


  • Vaginismo: contração involuntária dos músculos da vagina durante o sexo.
  • Endometriose: doença inflamatória que atinge o tecido que reveste o útero.
  • Vulvodínia: disfunção que causa hipersensibilidade e ardência na vulva.
  • Hipoestrogenismo: diminuição dos níveis de estrogênio no organismo que pode causar a secura da mucosa.


Além dessas disfunções, é importante investigar fatores emocionais, pois eles também podem causar dor durante o sexo. 


Dica de leitura: o livro, Segredos de mulher - diálogos entre um ginecologista e um psicanalista, explora como as questões emocionais e psicológicas afetam as mulheres e mostra como a escuta compassiva do profissional de saúde já representa um alívio para a paciente.


Quais são os tipos de especialidades de um médico ginecologista? 


De acordo com a Resolução N. 2.221/2018 do Conselho Federal de Medicina (CFM) o médico ginecologista pode se especializar nas seguintes áreas:


  • Densitometria óssea;
  • Endoscopia ginecológica;
  • Mamografia;
  • Medicina fetal;
  • Reprodução assistida;
  • Sexologia;
  • Ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia.


Como é a rotina de um médico ginecologista?


Isso depende do perfil de trabalho do médico, pois ele pode atuar em todos os níveis de atendimento, ou seja, clínico, ambulatorial, cirúrgico, hospitalar e laboratorial.


Por exemplo, se ele trabalha em uma unidade de pré-natal, seu horário de trabalho será imprevisível. Já em uma clínica, sua jornada de trabalho terá horários definidos.


Pensando em um consultório ginecológico, a rotina do especialista estará diretamente ligada ao perfil de suas pacientes. 


As mudanças que ocorreram nos últimos anos na população feminina também mudaram o perfil das mulheres que procuram o ginecologista.


Com a queda da natalidade e o aumento da expectativa de vida das brasileiras, o ginecologista está recebendo cada vez menos gestantes.


Por outro lado, está aumentando o número de mulheres que buscam orientação sobre os métodos contraceptivos.


Ao mesmo tempo, o adiamento da gravidez para uma idade mais avançada acaba tornando a mulher mais vulnerável à infertilidade. Desse modo, a procura por tratamentos de fertilidade e reprodução assistida também está aumentando.


Também há a questão dos altos índices de cânceres que atingem as mulheres, sobretudo no climatério e menopausa. O que torna comum a busca pelo atendimento ginecológico a fim de detectar precocemente este tipo de doença.


Portanto, a rotina do ginecologista que possui ou trabalha em um consultório está cada vez mais voltada para a orientação médica, prevenção e promoção da saúde.


Ginecologia no Brasil


De acordo com a Demografia Médica no Brasil 2020, a especialização em Ginecologia e Obstetrícia é a terceira maior em número de profissionais com 7,7% do total de especialistas no país. 


A distribuição de ginecologistas por habitantes no país é de 15 por 100 mil habitantes, sendo que a maior concentração de profissionais dessa especialidade é nas regiões Sul e Sudeste. 


Para se ter uma ideia, a distribuição de médicos ginecologistas no Rio Grande do Sul e em São Paulo é de 40 especialistas por 100 mil habitantes.


Já a região Norte é a que possui a menor concentração de profissionais, com uma distribuição de aproximadamente 6 médicos ginecologistas a cada 100 mil habitantes no Pará e Amapá. 


O estudo também mostrou que existem mais mulheres especialistas em ginecologia do que homens. As médicas ginecologistas compõem 57,7% dos profissionais com esta titulação.


Em 2019, a especialidade Ginecologia e Obstetrícia obteve um crescimento de 80,3% em número de residentes, ficando entre as três preferidas dos estudantes, atrás apenas da Clínica Médica.


Cenário profissional da Ginecologia


A Ginecologia é uma das especialidades médicas que mais sofreu mudanças nas últimas décadas, tanto pelo aumento de conhecimento sobre a fisiopatologia de diversas doenças, quanto pelo aperfeiçoamento dos métodos propedêuticos e introdução de novas terapias.


Neste sentido, o médico que escolhe a Ginecologia tem a oportunidade de desenvolver habilidades clínicas e cirúrgicas por meio de uma vasta quantidade de técnicas disponíveis no mercado. 


Esses fatores podem explicar a preferência dos recém-formados pela especialidade, como mostram dados que vimos no tópico anterior.


As oportunidades de trabalho também são atrativas, pois o ginecologista pode escolher entre as diversas subespecialidades que já mencionamos para trabalhar em instituições públicas e privadas, como:


  • Hospitais;
  • Clínicas;
  • Maternidades; 
  • Postos de saúde; 
  • Universidades e instituições de pesquisa.


Além dessas possibilidades, o médico ginecologista ainda pode abrir o seu próprio consultório para oferecer consultas particulares. 


Neste caso, além das habilidades técnicas da medicina, o profissional deve se desenvolver como gestor. 


Apesar da maioria dos currículos das faculdades de medicina ainda não contemplar disciplinas voltadas para este aspecto, é possível encontrar conteúdos relevantes sobre o tema na internet.


A tarefa de gerir um consultório ou clínica também se torna mais fácil e eficiente com a ajuda de um software de gestão específico para este tipo de empresa. 


Leia o próximo tópico para saber mais sobre este assunto!


Uma clínica médica de ginecologia precisa de uma gestão eficiente?


A eficiência da gestão é uma peça chave para o sucesso de qualquer clínica, não só para aquelas de ginecologia.


Afinal, a ideia de eficiência é atingir os melhores resultados com o mínimo de desperdício, não só de insumos, como também de esforços.


Para alcançar uma gestão eficiente é fundamental que o médico empreendedor tenha uma visão estratégica e saiba planejar. 


A parte estratégica da gestão consiste em um conjunto de decisões que determinam o posicionamento da clínica no mercado em que atua. Ou seja, qual o seu público-alvo, o que o diferencia de seus concorrentes e quais são os seus parceiros.


Já o planejamento é o processo de dimensionar os esforços necessários para executar as estratégias a fim de atingir os objetivos.


Você alcança todos esses pontos utilizando um software de gestão de clínicas como o Feegow Clinic.


Por exemplo, rotinas como o processo de anamnese torna-se mais rápido e eficiente com um prontuário eletrônico que centraliza todas as informações das pacientes em um só lugar, sem depender de papéis.


Assim, você cria uma base de dados sobre os seus atendimentos e pode traçar o perfil epidemiológico do seu público. O que é essencial para a clínica se preparar para atender os problemas mais frequentes de suas pacientes.


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Perguntas frequentes:

O que faz um médico ginecologista?

Trata de doenças específicas do gênero feminino, como aqueles que atingem o aparelho reprodutor, por exemplo. Atua em todos os níveis de atendimento, desde o ambulatorial até o cirúrgico.

Como se tornar um médico ginecologista?

É preciso fazer uma especialização de 3 anos em Ginecologia e Obstetrícia.

O atendimento ginecológico deve ser frequente?

A literatura médica recomenda que a mulher faça visitas anuais ao ginecologista.