24 Abril 2022

Médico Cardiologista: uma análise sobre sua área de atuação

Para ter uma carreira de sucesso como médico cardiologista, além das habilidades técnicas e conhecimentos, você precisa saber se posicionar bem no mercado.


O posicionamento é um dos elementos mais importantes para se destacar no setor, pois ele influencia diretamente na forma como você apresenta ao público e divulga seus serviços.


Isso implica na necessidade de, em primeiro lugar, conhecer muito bem a sua área de atuação.


Neste post, apresentaremos um ponto de partida para você aprofundar suas pesquisas sobre a área para encontrar a melhor forma de se posicionar no mercado. Confira! 


Médico Cardiologista: quais aspectos regionais podem aumentar suas oportunidades?


Existem muitas características regionais que podem representar oportunidades para o médico cardiologista. A seguir falaremos sobre duas delas: a primeira representa a oferta de serviços e a segunda representa a demanda.


Distribuição de médicos cardiologistas por região


De acordo com a Demografia Médica no Brasil 2020, as regiões Sul e Sudeste concentram a maior parte dos especialistas em cardiologia do país. O Rio Grande é o estado com a maior concentração, com 22,55 para cada 100 mil habitantes.


As regiões com menos cardiologistas são o Norte e o Nordeste com aproximadamente 2,49 médicos por 100 mil habitantes.


Naturalmente, existe uma demanda maior por médicos especialistas nessas regiões, tanto na iniciativa pública quanto privada.


Características socioeconômicas


A desigualdade na distribuição de especialistas nas regiões Norte e Nordeste se reflete também nas características socioeconômicas dessas regiões.


A última pesquisa do IBGE sobre a renda familiar dos brasileiros mostrou que as famílias do Norte e Nordeste possuem os menores valores de renda média per capita. O Norte com 938,06 reais e o Nordeste com 1.077,85 reais.


Ou seja, a maioria da população dessas regiões não conseguem manter um plano de saúde dependendo apenas do SUS. Como resultado, há também o problema de vagas não preenchidas por especialistas.


Por outro lado, as clínicas populares atuam para suprir as necessidades da população oferecendo consultas mais acessíveis. Assim, os pacientes encontram uma alternativa viável para não esperar nas longas filas do SUS.


O modelo de clínica popular está ganhando espaço no Nordeste, sobretudo nas capitais com o crescimento na demanda por consultas desse tipo.


Questões demográficas que afetam a área do médico cardiologista


As mudanças nas características da população afetam a área do médico cardiologista, pois o perfil de seus pacientes também muda. Logo, a dinâmica dos atendimentos e o tipo de ações precisam ser adaptadas à nova realidade.


Envelhecimento da população


O envelhecimento da população é um fenômeno que está acontecendo em todos os países. Estima-se que o número de pessoas com mais de 60 anos cresce a uma taxa de 3% ao ano.


Nas Américas, a estimativa é que 1 pessoa a cada 6 terá 60 anos ou mais em 2030, segundo a Organização Mundial da Saúde.


Essa transição demográfica ocorre em um ritmo mais acelerado no Brasil. Isso ocorre por causa da rápida redução na taxa de fecundidade juntamente com o aumento da expectativa de vida. 


Entre 2012 e 2017, houve um crescimento de 18% no número de idosos em todo o país.  Nesse sentido, as maiores populações idosas estão no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.


Como sabemos, os fatores de risco para doenças cardíacas aumentam com o passar dos anos. Especialistas em cardiologia precisam atuar, especialmente, na prevenção para promover o envelhecimento saudável.


Fatores de risco


Os resultados da Vigitel 2020 indicam que a prevalência dos fatores de risco para doenças cardíacas está aumentando ou se mantendo estável no Brasil. Confira a seguir os principais dados:


  • Obesidade: a prevalência de obesidade nas capitais do país aumentou de 11,8% para 21,5% entre 2006 e 2020;
  • Hipertensão: o percentual de pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial é de 25,2%;
  • Diabetes: a taxa de pessoas com diabetes se manteve estável, com 7,1% dos adultos nas capitais;
  • Consumo abusivo de álcool: entre 2019 e 2020 o percentual de pessoas que relataram consumir álcool em excesso subiu de 18,8% para 20,9%;
  • Sedentarismo: também entre 2019 e 2020, a taxa de pessoas sedentárias passou de 13,9% para 14,9%.


Esses números associados à situação de pandemia causam preocupação, pois são fatores de risco grave para os casos de infecção pelo coronavírus. O que exigiu medidas de contingência para a população e também adequações no cotidiano dos médicos cardiologistas. 


No próximo tópico, você confere mais detalhes sobre este tema!


O impacto da pandemia no cotidiano do médico cardiologista


Em 2012, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, realizou um estudo que investigou o impacto da pandemia na vida e no trabalho dos médicos cardiologistas brasileiros. Confira a seguir os principais resultados:


Trabalho


Durante a pandemia houve um aumento nos plantões, por um lado, e uma diminuição dos procedimentos, consultas, exames e cirurgias, por outro. Como fica claro nos dados abaixo:


  • 37% dos cardiologistas passaram a trabalhar em três ou mais plantões por semana;
  • 64% diminuíram a carga horária no consultório;
  • 22% cancelaram o aluguel de sala de consultório;
  • 18% tiveram que demitir funcionários;
  • 9% pararam de investir em marketing;
  • 62,8% relataram que o volume de exames e procedimentos caiu pela metade;
  • 77,3% dos cirurgiões cardiovasculares tiveram uma redução maior que 50% no número de cirurgias.


Diminuição de renda


Antes da pandemia, apenas 1,8% dos médicos homens e 7,6% das médicas mulheres recebiam menos de 10 mil reais por mês. Com a pandemia, esses grupos subiram para 38,2% e 20,8%, respectivamente. 


Entre os cardiologistas que recebiam mais de 20 mil reais por mês, 63% das mulheres e 45% dos homens tiveram sua renda reduzida. Sendo que, apenas 18% das médicas mulheres mantiveram a mesma renda de antes da pandemia.


Uso da Telemedicina


Outra mudança que ocorreu por causa da pandemia, foi a implementação da Telemedicina como medida de enfrentamento à Covid-19.


Dessa forma, os médicos cardiologistas que aderiram à tecnologia conseguiram manter o atendimento aos pacientes, prevenindo a exposição de pessoas dos grupos de risco.


Com alta aceitação por parte dos pacientes, observou-se que a modalidade de atendimento à distância permitiu a triagem dos casos que realmente exigiam sua presença. 


Mudanças no SUS que o médico cardiologista precisa conhecer


O profissional médico precisa estar atento aos movimentos realizados no SUS para ter um conhecimento amplo de sua área de atuação. 


Por isso, confira a seguir duas mudanças importantes em relação aos serviços de cardiologia no SUS: 


Redução do valor pago por procedimentos cardiovasculares 


No final do ano passado, o Ministério da Saúde publicou uma portaria que altera a Tabela de procedimentos, medicamentos, órteses, próteses e materiais especiais do SUS, reduzindo R$292.653.490,61 dos recursos repassados aos Estados, Distrito Federal e Municípios.


Dessa forma, houve uma redução de até 83% nos valores de produtos cardiovasculares, como stents, marcapassos e desfibriladores.


O procedimento para colocar um cardioversor com marcapasso em pacientes com arritmias graves, teve seu preço reduzido em 62,91%. 


O stent para artéria coronária foi o procedimento com maior redução, passando de R$2.034,50 para R$341,17.


Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio


Também no final de 2021, o Ministério da Saúde lançou uma linha de cuidados que amplia as ações de Telemedicina e tele-ECG (Eletrocardiograma) no SAMU.


Desse modo, os laudos podem ser emitidos à distância, já no atendimento pré-hospitalar para diminuir o tempo de resposta para as ações necessárias. 


Além disso, a nova estratégia apresenta outras novidades, como:


  • Mudança da angioplastia coronariana eletiva para a modalidade do tipo ambulatorial;
  • Inclui fisioterapia para reabilitação dos pacientes que tiveram infarto agudo do miocárdio;
  • Prevê o uso da trombólise pré-hospitalar durante o atendimento no SAMU. Essa resolução, considera a necessidade do serviço de urgência e emergência comunicar imediatamente com o hospital que irá receber o paciente.


Continue acompanhando as novidades com a Feegow


Este artigo foi apenas um ponto de partida para ajudar no começo de sua pesquisa sobre a área de atuação do médico cardiologista. Afinal, a área é ampla e existem muitas fontes para consulta, como o portal Medscape, o site da Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre outros.


Também vale a pena acompanhar os hospitais e instituições que são centros de referência em cardiologia, no Brasil e no mundo. 


Esta atividade serve não só para definir a forma como você se posiciona no mercado, mas também como um processo de educação médica continuada.


Sobre o posicionamento, você já pode tirar algumas conclusões a partir das informações que levantamos. 


Por exemplo, em uma sociedade que está envelhecendo aceleradamente, vale a pena se posicionar oferecendo orientações sobre como se prevenir nessa fase da vida. 


Além disso, há vantagens em aderir à Telemedicina como uma das opções de atendimento visto que a tecnologia mostrou-se efetiva e atraente para os pacientes.


Falando em tecnologia, a Feegow criou um pacote de formulários médicos digitais para você começar a usar agora mesmo em sua clínica. Clique aqui para baixá-las e otimize suas consultas com anamneses personalizáveis!


Transforme sua Saúde!

Preencha agora nosso formulário e ganhe anamneses prontas gratuitamente!

Perguntas frequentes:

Quais são as mudanças demográficas afetam o trabalho do médico cardiologista?

O envelhecimento da população e aumento do número de pessoas com fatores de risco afetam o trabalho do médico cardiologista. Logo, a dinâmica dos atendimentos e o tipo de ações precisam ser adaptadas à nova realidade.

Como a pandemia impactou o cotidiano do médico cardiologista?

Com a pandemia houve uma diminuição no número de consultas, procedimentos e cirurgias realizadas pelo médico cardiologista e consequentemente uma diminuição em sua renda.

Como a Telemedicina contribuiu para o trabalho do médico cardiologista durante a pandemia?

Os médicos cardiologistas que aderiram à tecnologia conseguiram manter o atendimento aos pacientes, prevenindo a exposição de pessoas dos grupos de risco.