A interoperabilidade na saúde faz parte de um movimento global no contexto da transformação digital.
Outros setores já estão em estágios bem avançados na implementação deste conceito, como é o caso do mercado financeiro.
Na Saúde, este movimento começou um pouco mais tarde devido aos desafios específicos do setor.
Contudo, sua implementação se mostra cada vez mais importante para elevar a qualidade da atenção à Saúde, aproveitando o potencial da tecnologia.
Continue a leitura deste post para conferir em detalhes as razões para investir em interoperabilidade em Saúde!
Em síntese, a interoperabilidade é quando diferentes plataformas ou softwares comunicam-se entre si sem a necessidade de um operador humano.
Ela funciona, mesmo quando os sistemas envolvidos possuem características diferentes. Isso é possível graças às normas-padrão que não estão limitadas a uma marca específica.
Em outras palavras, é como se cada software falasse um idioma específico, porém eles também conhecem uma outra língua para falar com softwares diferentes.
Ou seja, é como se estas normas-padrão fossem uma língua franca entre os programas de hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios.
Sendo assim, a interoperabilidade na Saúde significa que diferentes ferramentas de atendimento ao paciente podem trocar informações sobre sua saúde.
Então, ela permite a integração entre os seguintes sistemas:
As informações que estes sistemas compartilham incluem:
Para dar um exemplo de como isso funciona na prática, imagine a seguinte situação. Um paciente morou a vida inteira no Rio de Janeiro.
Assim, todo seu histórico clínico foi construído em uma mesma instituição de Saúde. Então ele se muda para São Paulo.
Neste caso, a interoperabilidade permite que a clínica onde ele continuará seus cuidados tenha acesso a todas essas informações.
Sobretudo, investir em interoperabilidade é garantir que todas as informações sobre a saúde dos pacientes o acompanhem aonde ele for.
Isto é importante para que o atendimento seja mais rápido e eficiente. Afinal, o médico terá acesso a um histórico clínico completo, com os exames que o paciente já realizou.
Desse modo, não é necessário solicitar exames que o paciente já tenha feito.
Além disso, com a disponibilidade dessas informações, o médico dispõe de uma base sólida para tomar decisões sobre o plano de tratamento.
Outra razão para investir na interoperabilidade se relaciona à padronização da comunicação entre as instituições.
Este aspecto é necessário para tornar a troca de dados mais precisa. Isso porque, as informações do setor da Saúde são bastante complexas.
Por exemplo, quando falamos em exame para testar a presença do Novo Coronavírus, existem mais de 40 testes.
Cada um deles tem suas peculiaridades, logo a expressão teste de Covid torna-se vaga.
Por isso, é preciso de uma nomenclatura mais específica para informar exatamente a qual exame estamos nos referindo.
Dessa forma, trata-se do mesmo princípio que justifica a existência de um sistema como o CID-10 para a classificação de doenças.
Em primeiro lugar, o principal desafio da implementação da interoperabilidade na Saúde é a complexidade das informações médicas.
Isso porque, além dos dados aparentemente objetivos, é necessário uma série de outras informações contextuais para sua interpretação. Por exemplo, a aferição da pressão arterial em 12x8 parece um dado óbvio.
No entanto, as condições em que o paciente realizou a medição modificam a interpretação dessa informação.O paciente estava em pé? Deitado? Qual foi o braço em que a medição foi feita? Qual foi o aparelho?
Todas essas perguntas tornam a informação não tão óbvia assim. A questão aqui é: como traduzir a parte semântica dos dados para uma linguagem padronizada?
Outro desafio é a quantidade de padrões que estão disponíveis atualmente.
Esta variedade dificulta a escolha por uma opção que tenha aderência pela maioria das instituições para garantir os benefícios da interoperabilidade.
Vale mencionar também a necessidade dos sistemas em se adequar às determinações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Consequentemente, os desenvolvedores devem criar mecanismos eficientes para garantir que os dados dos pacientes sejam compartilhados apenas quando houver consentimento.
Isto é importante, sobretudo pela natureza sensível dos dados de saúde que em caso de vazamento podem gerar uma série de processos jurídicos.
A interoperabilidade permite preencher uma grande lacuna entre a atenção primária à Saúde e a atenção especializada.
Atualmente, os profissionais especializados dificilmente sabem o que o paciente passou na atenção básica e vice-versa.
Com a integração gerada pela interoperabilidade, este problema se resolve oferecendo uma visão integral sobre a saúde do paciente.
Com a centralização dos dados dos pacientes, a qualidade dos atendimentos se eleva, tanto pela agilidade em compor um diagnóstico, como na prevenção de intercorrências.
Afinal, os profissionais conseguem ter uma visão mais ampla sobre a saúde dos pacientes.
Inclusive, sobre alergias e reações a medicamentos, o que evita complicações durante os procedimentos e terapias.
A interoperabilidade também serve para empoderar o paciente, pois ele se torna realmente dono de suas informações médicas.
Além de poder acessar com mais facilidade o seu próprio histórico clínico.
Logo, isso provoca um maior engajamento, pois ele também consegue acompanhar a evolução dos seus tratamentos.
Nesse contexto, outra vantagem é a redução de custos, uma vez que a interoperabilidade ajuda na promoção da saúde que precisa de menos recursos em relação ao tratamento de doenças.
Além disso, ela evita o retrabalho em fazer exames duplicados, o que costuma ocorrer com frequência nos atendimentos clínicos.
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É quando diferentes plataformas ou softwares comunicam-se entre si sem a necessidade de um operador humano por meio de uma linguagem de computação comum.
Para garantir que todas as informações sobre a saúde dos pacientes o acompanhem independente do local em que é atendido.
Ela possibilita uma visão integral da saúde dos pacientes; eleva a qualidade dos atendimentos; aumenta o engajamento dos pacientes e reduz os custos assistenciais.