A gamificação na Saúde é uma das formas de engajar os pacientes e aumentar o autocuidado.
Basta acessar a sua loja de aplicativos no celular para ver aplicativos que ajudam as pessoas a tomar mais água, fazer exercícios e manter a rotina de um tratamento médico.
Tudo isso por meio de conceitos lúdicos que tornam essas atividades mais leves e divertidas.
Se você deseja saber como esta estratégia funciona na prática, continue a leitura deste post e confira exemplos práticos de como este conceito contribui para os cuidados médicos!
É o processo de levar o conceito de estímulo e recompensa, característico dos games, para aumentar o engajamento dos pacientes nos cuidados com a saúde.
O principal aspecto de um game é sua capacidade de manter o jogador envolvido em suas atividades. Isto acontece porque ao fim de cada etapa existe uma recompensa.
O que significa em nível biológico, que a cada conquista no jogo há uma liberação de dopamina no cérebro. Desse modo, a pessoa se sente estimulada a realizar novamente aquelas atividades.
Assim, a cada fase, a pessoa acumula pontos e experiências que geram uma sensação de prazer associada ao seu progresso no jogo.
Ao aplicar este sistema aos cuidados de saúde, cada ação do paciente se torna uma tarefa de um jogo.
Ou seja, atividades como fazer exercícios, beber água, tomar os medicamentos nos horários corretos estão associadas a recompensas virtuais que ajudam o paciente a seguir as recomendações médicas.
Funciona por meio de aplicativos de smartphone ou computador que sistematizam as ações de autocuidado em regras de um jogo.
A ideia é que a promoção de hábitos saudáveis possuem uma motivação extrínseca, ou seja, o valor destas atividades não estão no ato em si, mas no seu resultado a longo prazo.
Por exemplo, acordar de madrugada para tomar um medicamento provavelmente não é algo prazeroso para o paciente. No entanto, a longo prazo, esta ação vai resultar em maior bem estar.
A gamificação concede a esta ação um valor intrínseco, isto é, existe uma recompensa imediata para acordar às quatro horas da manhã e tomar o medicamento.
Isso porque, ao fazer isso, o paciente registra a atividade em seu aplicativo e recebe pontos de acordo com as regras do jogo.
Sendo assim, a gamificação conecta estes dois tipos de valores para facilitar o dia a dia dos pacientes tornando atividades eles consideram incômodas em algo lúdico e divertido.
Um exemplo disso é o jogo que a associação Abrace Esperança desenvolveu para ajudar a traçar o mapa comportamental de crianças com câncer.
O jogo Ursoji traz na tela inicial várias figuras de ursinhos com diferentes emoções. Assim, a criança precisa escolher aquele que melhor a representa para jogar.
Dessa forma, os pais e os médicos recebem um relatório semanal sobre a variação emocional da criança.
Isto ajuda a detectar sinais de ansiedade e depressão, pois muitas vezes as crianças não se sentem confortáveis para falar o que estão sentindo.
Qualquer um pode usar a gamificação na Saúde, embora sua efetividade possa variar de pessoa para pessoa.
No entanto, diversas pesquisas apontam para um aumento significativo do engajamento do paciente com o uso de gamificação.
Um trabalho da Universidade de Passo Fundo, por exemplo, acompanhou pacientes que utilizaram a versão gamificada do aplicativo eLifeStyle.
Este aplicativo ajuda os pacientes a lembrarem de realizar ações importantes para melhorar e acompanhar seu estado de saúde. Nele, os cadastram informações sobre alterações como:
Assim, quando os participantes registram esses dados, eles recebem pontos e aumentam o seu nível no aplicativo, além de participar de um ranking de desempenho.
A pesquisa mostrou que a versão gamificada do aplicativo gerou um aumento de 49,6% na frequência diária de medição de glicose no sangue por pacientes com diabetes.
Além disso, 70% dos usuários passaram a realizar exercícios regularmente. O que indica o sucesso da gamificação para uma parcela majoritária das pessoas que utilizaram o aplicativo.
Com a popularidade dos dispositivos móveis, aplicar a gamificação na saúde não é uma tarefa difícil.
Existem diversos aplicativos disponíveis para smartphones que oferecem uma experiência muito boa para seus usuários.
Portanto, uma clínica que deseja utilizar esta estratégia não precisa se preocupar em desenvolver um aplicativo do zero.
Existem algumas etapas para que o engajamento do paciente ocorra de modo orgânico. Ele acontece em quatro etapas:
1. Participação do paciente: o médico apresenta essa possibilidade e o paciente manifesta sua vontade em participar de forma voluntária. Ou seja, essa vontade deve partir do paciente para que a próxima etapa seja possível;
2. Empolgação: o engajamento só acontece se o paciente estiver empolgado em participar da gamificação. Esta fase será a de maior intensidade nas atividades do jogo;
3. Motivação intrínseca: se o paciente continua utilizando o aplicativo, isto quer dizer que ele alcançou a motivação intrínseca necessária para a gamificação;
4. Interesse: por fim, o engajamento se consolida conforme passa o tempo de utilização, de modo que o paciente conseguiu criar a ligação entre os dois tipos de valores que falamos anteriormente: o intrínseco e o extrínseco. Isto o mantém interessado e envolvido nos cuidados com a sua saúde.
Como você viu, existem muitas possibilidades de empregar um processo de gamificação na Saúde. O que resulta em um engajamento maior, pois as ações de autocuidado recebem uma motivação extra.
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É o processo de levar o conceito de estímulo e recompensa, característico dos games, para aumentar o engajamento dos pacientes nos cuidados com sua saúde.
Funciona por meio de aplicativos de smartphone ou computador que sistematizam as ações de autocuidado como se fosse um jogo com pontuações e recompensas.
Qualquer pessoa que se sinta motivado em participar dos jogos podem usar a gamificação na Saúde.