Como funciona a telemedicina? As dúvidas sobre as teleconsultas ainda existem e ouvir de quem já teve contato com a novidade pode ajudar a saná-las. Vamos lá?
O assunto tem sido falado e comentado em muitas rodas de conversa. Seja de especialistas da área médica, ou de pessoas que já fizeram uso da tecnologia.
Aqui mesmo, no Blog Feegow, já abordamos a temática por algumas vezes. Duas delas, que você pode acessar agora, provavelmente serão muito úteis:
Como funciona a telemedicina na Prática: aprenda como aplicar a tecnologia no seu dia a dia
Mas, retornando ao ponto deste artigo, sabe-se que ouvir como funciona a telemedicina de alguém com conhecimento quando você mesmo não sabe tanto assim sobre determinada temática traz muito mais segurança, né?!
Por isso, o intuito deste post é contribuir para que você, nosso leitor, entenda a visão de uma das partes mais importantes no processo: o paciente.
Aqui, o foco principal é como funciona a telemedicina. Em um trabalho de pesquisa e entrevista, trazemos essa perspectiva tão importante para o uso desta tecnologia.
Nós conversamos com quatro pessoas que tiveram experiências com teleconsultas nas últimas semanas e a seguir você pode conferir. As entrevistas foram com Juliana Lima, Daniela Mazur, Roberta De França e Thayná Silva.
O primeiro ponto a ser abordado é sobre a satisfação do paciente, se é o tipo de consulta que passa segurança para o consultado ou não. Quanto a isso, entre as opiniões de nossas entrevistas, os posicionamentos pró são superiores aos contra.
Thayná e Daniela fizeram tudo pelo plano de saúde e ambas concordaram em relação à praticidade e eficiência de suas consultas.
“Fiz pelo plano da empresa que trabalho e não tenho do que reclamar. Os médicos foram bem atenciosos”, afirmou a primeira.
Daniela foi a fundo na análise de sua consulta e aproveitou para fazer uma comparação entre sua teleconsulta e uma realizada com o pai. Explicando que no segundo caso “a empresa se adaptou ainda melhor ao conceito de teleconsulta e agora eles mandam o link de programa de videoconferência que é mais profissional e a câmera e som são melhores do que o WhatsApp, então a consulta do meu pai foi ainda mais tranquila”.
“Minha teleconsulta foi muito boa, no mesmo dia em que entrei em contato com o plano de saúde, a empresa responsável pelas teleconsultas me ligou e marcamos o horário também para o mesmo dia. Houve, nessa primeira ligação, uma triagem para eles terem uma noção do meu problema para poderem passar ao médico que iria me atender.
Na hora marcada, o médico me ligou por vídeo no WhatsApp e conversou comigo, ele foi muito atencioso. Como era difícil ver o meu problema (que era na garganta, um início de infecção), a câmera não tinha como alcançar tão bem a imagem, ele me perguntou muitos detalhes da situação pra ter certeza do diagnóstico.
No final ele me receitou remédios, me enviou a receita por email e pediu para eu marcar novamente em alguns dias caso meu estado não melhorasse. Acabou que os remédios e as recomendações dele (um tipo específico de gargarejo, soro no nariz e descanso absoluto) fizeram efeito perfeitamente, então me curei e não precisei retornar para uma segunda teleconsulta.
Contudo, por mais que essa consulta tenha sido de total sucesso, a que meu pai realizou há menos tempo foi ainda melhor, a empresa se adaptou ainda melhor ao conceito de teleconsulta e agora eles mandam o link de programa de videoconferência que é mais profissional e a câmera e som são melhores do que o whatsapp, então a consulta do meu pai foi ainda mais tranquila. A médica dele tirou bastante tempo para conversar e observar o caso dele. Foi ótimo.”
Roberta é mais uma do grupo das que gostaram bastante da realização de sua teleconsulta. Segunda ela, a consulta “foi rápida e objetiva, bem satisfatória”. Diferente do caso da nossa quarta entrevistada, Juliana.
Na visão da Juliana, que foi atendida em uma sessão de terapia, “durante a consulta havia pequenos momentos de silêncio devido a falta de costume do vídeo, o que causou um leve constrangimento, ou situações em que nós interrompemos com falas e ficou algo perdido”.
Ela ainda nos explicou um pouquinho da questão técnica, frisando sua teleconsulta foi feita pelo WhatsApp. E falou um pouco da sua relação com o espaço físico no caso de terapias.
“Acabou com uma sensação de vazio. Eu me sinto acolhida na sala da terapeuta acho que pelo ambiente relaxante, as luzes e talvez isso a deixe mais propícia também”, contou.
Quanto à questão da necessidade do contato presencial, com espaço físico e tudo, a especialidade e o problema de momento podem ser fatores preponderantes.
Neste sentido, a paciente Juliana, voltou a frisar que para a questão específica da terapia, pode existir uma necessidade maior do contato presencial.
“O contato presencial para questões psicológicas, ao meu ver (psicólogo e acredito que psiquiatra também), precisa do ambiente e do clima de um consultório. Como se aquilo me recebesse melhor e assim a gente pudesse se comunicar melhor também. Inclusive, durante a vídeo, mesmo falando, me peguei olhando pro relógio no medo de ser ou muito rápido ou muito longo”, afirmou.
Já Daniele, ao ser perguntada se acredita que o atendimento médico virtual seja satisfatório, destacou que o caso vai ditar a necessidade do momento.
“Existem casos que apenas com equipamentos específicos que o médico conseguirá dar o diagnóstico correto. Mas em casos mais simples, como gripes, resfriados e pequenas infecções, a câmera de um computador ou de um celular dão conta do serviço para o médico poder fazer sua observação correta”, posicionou-se.
Para Thayná, o contato presencial ainda se faz fundamental, mas há também vantagem na telemedicina.
“Acredito que o presencial seja o ideal. Mas, por outro lado, a praticidade do teleatendimento, facilitaria a vida no dia a dia mais corrido”, afirmou.
No caso da Roberta, ela trouxe à pauta uma questão muito importante que pode ser resolvida com a opção de atendimento remoto.
“Nesse meu caso, onde o próximo passo seriam os exames, achei ótimo não ter que sair de casa apenas para ter encaminhamentos”.
E o pós pandemia? Qual a opinião das entrevistadas sobre como funciona a telemedicina depois que a vida estiver normalizada e todos puderem retornar às ruas e ao convívio físico? E qual seria a preferência delas, consulta presencial ou online?
Feegow: Você acha que após a normalização da situação, com a população podendo voltar a circular na rua, a consulta online vai continuar a ser utilizada?
Juliana: Acho que vai continuar, mas em pequenas quantidades. Acredito que a teleconsulta agora está funcionando com motivo emergencial e sempre haverá pessoas com falta de tempo ou situações em que precisa de algo mais urgente, buscando atendimento por vídeo porque é realmente mais prático e viável no ponto de vista de você ir a um lugar, aguardar longo período numa agenda, chegar lá e se deparar com atrasos.
Acho que o agora vai ajudar a trazer a prática que os médicos precisam e mostrar para essas pessoas que é possível. Você vê, eu marquei uma terapia às pressas e consegui.
Algo que jamais consegui no presencial.
Daniela: Olha, eu espero que sim. O ambiente médico é perigoso em geral, às vezes
é melhor ficar em casa do que se colocar em uma situação de pronto-socorro, por exemplo.
É importante que as consultas presenciais existam, mas seria excelente que existissem as online também. Há muitas pessoas que moram em lugares que o transporte público é limitado ou mesmo possuem dificuldade de deslocamento em razão de alguma deficiência ou algo do tipo, então o atendimento online poderia facilitar a vida dessas pessoas em casos mais simples de saúde. Todo mundo pode pegar um resfriado e precisa de atendimento, mas nem todos têm a mesma facilidade de chegar até um médico ou pronto-socorro.
Roberta: Acho que poderia ser utilizado, sim.
Thayná: Eu acho que não. Mas confesso que gostaria para algumas especialidades.
Feegow: No dia a dia normal, você escolheria fazer uma consulta online ao invés da presencial se houvesse as duas possibilidades?
Juliana: Por causa da minha experiência sobre o ambiente ser importante, presencial. Mesmo que demorasse como comentei antes. A online seria sempre uma segunda opção.
Daniela: Com certeza! Especialmente depois dessas duas experiências positivas que tive, eu no mínimo me utilizaria mais desse recurso para ter uma noção da necessidade de me expôr a um ambiente conturbado como o de um hospital.
Além disso, tantas vezes fui ao médico e a consulta foi basicamente uma conversa (a alergista, por exemplo, é sempre assim), então por que não ser online? Até para o profissional de saúde poderia ser positivo, ele poderia atender de sua própria casa, sem precisar se deslocar pela cidade até seu consultório. É como eu disse, há muitas ressalvas, mas esse método pode ajudar muito e pode ser uma alternativa essencial para o novo mundo em que viveremos pós-pandemia.
Roberta: Se não houvesse a necessidade de se olhar o corpo ou apalpar, acho que prefiro o online. No meu caso, foi cardiologista. Procurei por apresentar dor de cabeça pertinente e pressão arterial elevada.
Thayná: Dependendo do tipo de consulta, eu faria online. Eu gostei da praticidade do atendimento.