A alergia a medicamentos é algo que deve estar no radar dos médicos ao acompanhar um tratamento.
Caso ela ocorra, é preciso identificar rapidamente o efeito indesejado para tratar as causas e evitar complicações mais graves.
Por isso, mostramos agora como identificar os sintomas de alergia a medicamentos, quais os tipos que existem e se é possível evitá-la.
Continue a leitura, saiba por que ela ocorre e se é possível evitar que ela aconteça.
A alergia a medicamentos ocorre por causa de uma atividade exagerada do sistema imunológico, que identifica um certo remédio como um corpo invasor no organismo.
Quando acontece o primeiro contato do medicamento com o organismo, ele começa a produzir anticorpos para combater o agente invasor.
Então, os anticorpos são armazenados em células específicas e aprendem a se defender quando o mesmo tipo de substância invade o corpo novamente.
Dessa forma, quando ocorre esse novo contato com o remédio, os anticorpos interpretam como uma ameaça e ativam essas células, que, por sua vez, produzem substâncias químicas para atacar o medicamento.
O problema é que essa reação é exagerada e contra um tipo de substância que não faz mal ao organismo. Isso acaba causando diversos tipos de problemas.
Você sabia que a alergia a medicamentos não é um efeito colateral? Confira a diferença entre esses dois tipos de efeito, a seguir.
Para entender a diferença entre alergia a medicamentos e efeito colateral, precisamos introduzir outro conceito: o de efeito adverso.
O efeito adverso é qualquer tipo de reação não esperada causada por um medicamento. Ele também pode ocorrer quando há a interação entre diferentes tipos de remédio.
Já o efeito colateral é uma reação indesejada do medicamento, mas que está prevista em bula e, muitas vezes, é inevitável.
O médico deve, então, informar o paciente sobre os efeitos no momento da prescrição.
Os efeitos colaterais não envolvem o sistema imune da pessoa, de modo que não podem ser classificados como alergia.
Em contrapartida, as alergias são efeitos adversos, porque são imprevisíveis e podem se manifestar mesmo que a pessoa já tenha ingerido a substância no passado.
Ou seja, a pessoa pode nunca ter manifestado uma reação alérgica a um medicamento e se tornar alérgica.
Desse modo, a alergia pode ser adquirida, variando de pessoa para pessoa.
Já os efeitos colaterais podem se manifestar em qualquer pessoa de modo mais ou menos homogêneo. As reações mais comuns a medicamentos incluem:
A grande maioria dos medicamentos podem causar efeitos colaterais e reações adversas.
Portanto, é preciso observar como o organismo responde ao tratamento. Uma vez que, caso aconteçam reações alérgicas, é preciso interrompê-lo.
As reações alérgicas causadas por medicamentos são classificadas em 4 (quatro) tipos:
Conhecida também como hipersensibilidade tipo I ou anafilática, envolve a produção do anticorpo Imunoglobulina E e pode gerar as seguintes reações:
Os sintomas desta reação podem variar desde pequenas inconveniências até a morte.
Geralmente, ela começa de 15 a 30 minutos após a exposição ao medicamento. Porém, pode demorar mais, como de 10 a 12 horas.
Também conhecida como hipersensibilidade tipo II ou citotóxica, é uma reação que pode afetar vários órgãos e tecidos.
Ela acontece pela ação do anticorpo Imunoglobulina G ou Imunoglobulina M.
Os efeitos podem ocorrer no pulmão, fígado, pele, músculo, nervo e célula sanguínea.
Geralmente, provoca a diminuição de plaquetas, anemia hemolítica e nefrite intersticial.
Os efeitos podem começar entre minutos e horas depois do contato com o medicamento.
Conhecida como hipersensibilidade tipo III ou imune complexa. Neste tipo, a reação pode ser generalizada ou em órgãos individuais.
As reações podem se manifestar como urticária, presença de gânglios, febre, vasculite, inflamação das articulações e envolvimento renal.
Os efeitos começam a aparecer de 3 a 10 horas após a exposição.
Conhecida como hipersensibilidade tipo IV, mediada por células ou tardia.
Os efeitos desse tipo podem ser observados na pele, que fica avermelhada por conta da vasodilatação. Outro sintoma comum é a dermatite.
Esta reação costuma atingir um pico em 48 horas após o contato com o medicamento.
Como você viu, cada tipo de reação possui sintomas diferentes. Mas de forma geral, podemos listar alguns dos mais comuns e que ajudam a diagnosticar um caso de alergia a medicamentos.
Elas variam de pessoa para pessoa e possuem diferentes intensidades. Isto é, em alguns casos, podem ser desconfortos leves, como coceira na região dos olhos e vermelhidão na pele.
Entretanto, elas podem ser graves e potencialmente fatais, como no caso de um choque anafilático.
Os sintomas mais comuns incluem:
Como o surgimento dos sintomas é imprevisível, o acompanhamento de um profissional especialista em alergias é recomendado.
Agora que você já viu os principais sintomas e as reações específicas de cada tipo de alergia, se torna mais fácil identificar quando elas ocorrem.
Se após o início de um tratamento alguns desses sintomas surgirem, deve-se suspeitar que se trata de um caso de alergia medicamentosa.
Assim, é preciso estabelecer uma relação temporal entre a ingestão do medicamento e o surgimento dos sintomas.
As reações mais graves costumam aparecer entre 30 e 60 minutos após a administração do remédio.
Também é importante prestar atenção em algumas condições do paciente, pois certas doenças podem deixar a pessoa mais suscetível a ter alergia a medicamentos.
Por exemplo, pessoas portadoras de mononucleose infecciosa são mais propensas a manifestar alergia a amoxicilina e ampicilina. Nesses casos, podem surgir erupções na pele após o uso dos remédios.
Nesse mesmo grupo de indivíduos, o ácido acetilsalicílico e os anti-inflamatórios podem causar urticária e inchaço.
Por se tratar de uma reação imprevisível, a única forma segura de se evitar a alergia a medicamentos é por meio do histórico clínico.
Ou seja, investigando se o paciente já manifestou algum tipo de reação alérgica ao tomar remédios. Assim, sabendo quais são essas substâncias, deve-se excluí-las da receita.
Se o paciente já tiver passado por uma reação, mas não há certeza de que a substância em questão foi a causadora, é possível aplicar técnicas de teste in vitro.
Dessa forma, não é necessário expor novamente o paciente ao medicamento para saber se ele é alérgico.
Outra técnica para evitar a alergia é a desestabilização. Ela é aplicada nos casos em que é necessário continuar o tratamento, mesmo que o medicamento seja causador de alergia no paciente.
Ela consiste em introduzir doses gradativas e crescentes da substância até alcançar a dosagem necessária ao tratamento.
Há, por exemplo, protocolos padronizados para aplicar a desestabilização à penicilina por via oral ou parenteral.
Essas técnicas dependem do processo de investigação anterior para serem utilizadas.
Desse modo, elaborar um questionário padrão é uma excelente forma de saber se há risco em prescrever determinado medicamento e, assim, evitar a alergia a medicamentos.
Inclusive, é obrigação do médico perguntar sobre as alergias de seus pacientes.
Por isso, baixe os nossos formulários de anamneses e garanta que todas as informações que você precisa para evitar reações indesejadas em um tratamento sejam registradas.
A alergia a medicamentos ocorre por que o sistema imunológico identifica um certo remédio como um corpo invasor no organismo e faz uma atividade de defesa exagerada.
Os principais sintomas de alergia incluem coceira na região dos olhos, erupções na pele, diarreia, dor de cabeça, urticária, asma, rinite, inchaço e cólicas intestinais.
Estabelecendo uma relação temporal entre o início da administração do medicamento e o surgimento dos sintomas.